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SALVADOR

Peritos suspeitam de falhas conjuntas em elevador que matou 9 operários

Só a perícia vai determinar as causas da queda de elevador no canteiro de obras da construtora Segura

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11/08/2011 às 9:02 • Atualizada em 29/08/2022 às 15:56 - há XX semanas
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Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira da Bahia (Sintracom), José Ribeiro, a Construtora Segura “tenta explicar o inexplicável”. Para o representante da empresa, Fernando de Magalhães, a queda do elevador foi uma tragédia. “Se fosse evitável, teríamos impedido”. Até agora, a única certeza são as nove vidas perdidas nos 84 metros atravessados em cinco segundos de queda livre. Por um mês, as causas do acidente permanecerão indeterminadas. Mas indícios detectados por auditores da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) apontam para falhas no equipamento do elevador, já que o eixo da roldana que movimenta os cabos de aço se partiu e, além disso, o sistema de frenagem não funcionou. “Só podemos determinar as causas após a perícia, que será feita a partir de segunda-feira, mas nossa principal suspeita é a de que o eixo tenha se rompido devido ao desgaste”, disse Anastácio Gonçalves, coordenador de análise de acidentes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo Anastácio, o aparelho deve ser vistoriado periodicamente para que seja identificada a tempo a presença de microfissuras. “Isso é feito por meio dos chamados ensaios não destrutivos, que são feitos com líquidos penetrantes e ultrassom”, disse.Mas, para Fernando de Magalhães, essa peça é praticamente blindada. “O eixo é de aço, rígido, íntegro. Ninguém pode dizer agora porque ela partiu. Qualquer definição antes da perícia é precipitada”. Sobre a orientação do MTE, Magalhães afirmou desconhecer. “Nunca ouvi falar em ultrassom de aparelhos”.Até maio deste ano, a regulamentação do MTE, vigente desde 1978, não possuía especificações para a manutenção do eixo, mas, desde então, uma norma complementar foi incorporada e determina que um engenheiro mecânico habilitado deve, no momento da inspeção, definir o prazo máximo para a próxima vistoria.

				
					Peritos suspeitam de falhas conjuntas em elevador que matou 9 operários
Problemas Segundo o chefe de Segurança do MTE, Flávio Nunes, o mesmo elevador que causou o acidente foi vistoriado em maio, quando outras irregularidades foram encontradas. “A empresa foi notificada, mas se adequou e, no dia seguinte, o elevador voltou a funcionar”. O aparelho não apresentou dispositivos de segurança como a barreira de proteção e o interruptor de corrente - que impede que o elevador se movimente com as portas abertas.O sistema de frenagem, que deveria impedir a queda do elevador apesar do rompimento do eixo, não apresentou irregularidades. “Pode sim ter havido falha da vistoria. Mas, nesses últimos meses, o freio pode, por exemplo, ter sido trocado”, diz Flávio. Mas, segundo Magalhães, a mesma obra, que possui 90 funcionários e foi iniciada há oito meses, nunca apresentou nenhum alteração. “Essa é uma obra limpa e sem problemas”, ressaltou. “Fizemos uma vistoria completa no último sábado”. No ano passado, outra obra da Segura, na rua Piauí (Pituba), teve três elevadores interditados por problemas na segurança.O elevador que causou o acidente, fabricado pela empresa Hercules, era vistoriado pela Segura, segundo o representante da fabricante da Bahia, Gilberto Pithon. Ele afirmou que os equipamentos da empresa dispõem de um sistema de freios que consiste em dois dispositivos nas laterais, que pressionam os cabos de aço e param o elevador. “Isso entra em ação automaticamente, caso haja aumento da velocidade”. Segundo Nunes, os freios também apresentavam desgaste aparente.Ontem, o dono da construtora, Manoel Segura Martinez, e o técnico de segurança da obra foram ouvidos na 16ª Delegacia da Pituba.

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