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'Pode ter repercussão na rua', diz secretário sobre rebelião

Motim aconteceu na tarde do último domingo (20) e ao menos 5 presos foram mortos; segundo secretário, mortes foram por disputa de espaço

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Redação iBahia

21/02/2022 às 16:08 • Atualizada em 27/08/2022 às 11:37 - há XX semanas
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Foto: Muller Nunes / TV Bahia

Nesta segunda-feira (21), o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte, avaliou a rebelião que ocorreu na Penitenciária Lemos Brito, dentro do Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador.

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Com início na tarde de domingo (20), cinco presos foram mortos e outros 17 ficaram feridos. Quatro internos morreram ainda no local e o quinto morreu no Hospital Geral do Estado (HGE), para onde foi socorrido em estado grave. A rebelião foi controlada no início da noite.

Em entrevista para a TV Bahia, o secretario explicou que a mortes foram por disputa de espaço e, por conta disso, pode haver repercussão na rua.

"Essas mortes foram por disputa de espaço e isso pode ter repercussão, inclusive, na rua. Uma das vítimas fatais já tinha, inclusive, [cometido] várias mortes, e a polícia está apurando. É a polícia quem vai nos dizer o que aconteceu, para que a gente possa abrir inquéritos", afirmou.

Segundo o g1 Bahia, os 17 detentos feridos também foram socorridos para unidades médicas. Não foram revelados os nomes e nem os hospitais para onde os presos foram levados.

Durante a rebelião, houve uma tentativa de fuga. Os detentos atacaram policiais penais, com facas e facões. Também foram encontradas armas de fogo com alguns dos presos. O secretaria questionou a entrada das armas no presídio.

"Como é que essas coisas entram na unidade prisional? Nós temos um scanner lá na PLB [Penitenciária Lemos Brito], mas o contrato do scanner venceu. Mas nós temos uma esteira, que a pessoa passa. Nós estávamos com visitas suspensas durante quase um ano. Nós fazemos as vistorias, que são chamadas de baculejo, a cada 10, 15 dias", disse.

"Às vezes a gente faz uma vistoria hoje e amanhã faz outra, porque muda a equipe. Como essa arma entra? Ela pode ser jogada, mas uma arma é muito pesada para ser jogada lá de longe. Então há também a possibilidade disso entrar por mão de gente", continuou.

Durante uma revista realizada nesta segunda-feira (21), no Complexo Penitenciário, foi encontrado uma pistola calibre 40 em uma das celas. Também foram encontrados dois carregadores para a arma.

Foto: Divulgação/SSP-BA

Segundo Nestor, medidas são tomadas para evitar que os armamentos entrem nas unidades.

"Se tem a vistoria com detector de metais, que passa pelo corpo, e detecta se tiver alguma coisa. A gente não está lá 24 horas para impedir. Nós temos todo um regramento, que deveria ser cumprido e que, se não está sendo cumprido, está errado. Como essa arma entrou lá? Nós encontramos muitas facas, facões, chunchos, mas arma de fogo é muito difícil de se encontrar, mas entrou", disse.

O secretario também afirmou que uma investigação está sendo feita pela polícia, e que pretende punir quem levou a arma para dentro da unidade prisional.

"A polícia está fazendo uma apuração e nós vamos acompanhar para ver como é que isso entrou na unidade, e fazer a punição de quem cometeu esse crime de levar uma arma de fogo para dentro de uma unidade prisional", afirmou.

Duarte explicou que as áreas onde os funcionários transitam são monitoradas por câmeras e outros equipamentos.

"Nós monitoramos [as áreas que os funcionários percorrem] Nós já tivemos, inclusive, bloqueador de celular. Quando a gente bloqueia o celular, a gente usa um equipamento desses – que não é barato –, e começa a bloquear também parte do bairro vizinho. Aí começa a reclamação da sociedade. Às vezes se compra um equipamento desses e a operadora muda o sistema telefônico, e aquele equipamento é jogado fora, não presta mais para nada, porque ele não bloqueia mais aquele tipo de sistema telefônico. Então são problemas graves e que só sabe quem está na gestão da questão", explicou.

A Penitenciária Lemos Brito abriga apenas presos homens, já condenados em regime fechado. Com base em dados divulgados pela Seap, contabilizados até o dia 17 de fevereiro, a unidade tem 1.116 internos, um número que excede a capacidade de 771 vagas.

Rebelião

Pelo menos, cinco detentos do Complexo Penitenciário Lemos de Brito, localizado no bairro da Mata Escura, morreram após uma rebelião, que aconteceu na tarde do último domingo (20). De acordo com informações da TV Bahia, o número de feridos registrados, até o momento, é de 18 feridos.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP/BA) informou que o motim foi causado após uma briga entre grupos rivais do pavilhão 2. Ao mesmo tempo, por conta da confusão instalada, uma tentativa de fuga de quatro internos foi registrada pela polícia.

Ainda em nota, a SSP revelou que assim que tomou conhecimento do ocorrido, o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP), Nestor Duarte, acionou o Comando Geral da PM para o envio de reforços do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), das Operações Gêmeos e Apolo, do Batalhão de Choque e do Grupamento Aéreo da PM (GRAER).

Ainda durante a rebelião, familiares de internos estiveram no local e protestaram em frente ao complexo penitenciário, pedindo informações sobre a situação dos presos.

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