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Projeto Axé faz primeira festa pública de louvor à Oxalá

Em seu sétimo ano, crianças, jovens e adolescentes de 8 a 25 anos realizam publicamente, pela primeira vez, a performance de celebração ao orixá

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Redação iBahia

13/01/2017 às 21:15 • Atualizada em 31/08/2022 às 19:50 - há XX semanas
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Entre aplausos e arrepios, as pessoas que ocuparam o Pelourinho na manhã desta sexta-feira (13), disputavam o espaço para apreciar e capturar o momento com seus respectivos celulares. A aglomeração e o som do batá, ritmo para Oxalá, foram os motivos que atraíram os olhares atentos do público para conferir a performance preparada pelo Projeto Axé: a tradicional festa de louvor a Oxalá e ao Senhor do Bonfim, que completa sete anos.
Celebrada há seis janeiros dentro da unidade do Projeto Axé, esta foi a primeira apresentação pública, realizada no Terreiro de Jesus por crianças, jovens e adolescentes. O combate à intolerância e afirmação da cultura afro brasileira são as razões da mudança, segundo o coordenador de arte e educação da ONG, Marcos Cândido. "A rua é nossa, por isso temos que nos firmar neste espaço", arremata Regina Moura, gestora de comunicação do Projeto.
Emocionada com a apresentação, a turista argentina Celeste Médarc, de 30 anos, da cidade de Corrientes, estava de passagem pelo local quando o burburinho chamou a sua atenção e a de suas amigas. “Nunca havia presenciado algo tão intenso. Eu gostei muito”. Turistas, transeuntes, ambulantes, crianças, jovens e curiosos integraram o público de cerca de 200 pessoas.
Ao embalo do batá, a coreografia de abertura da performance conta a história de libertação de Oxalá, que foi preso injustamente ao ser confundido com um ladrão, quando chegava à cidade de Oyo para visitar seu filho Xangô. "O batá é quase um mantra, é uma oração, e fala desse orixá que criou o mundo, que criou todas as coisas. A letra pede as bênçãos dele para ter saúde, para ter paz e para ter prosperidade", explica Marcos.
A apresentação, segundo ele, celebra o momento de liberdade e reconhecimento de Oxalá, e a escolha das canções, reflete a necessidade de fazer com que os meninos do projeto, através de uma experiência artística, sejam capazes de valorizar a si mesmos como sujeitos.
“Emoção é o que a gente quer que os meninos sintam. Um dia eles também foram injustiçados, foram colocados na rua, foram abandonados. E hoje eles estão aqui nesta condição de Oxalá, sendo celebrados, sendo arte", explica Cesare De Florio La Rocca, presidente e fundador da ONG.
Um remix do hino do Senhor do Bonfim foi a segunda canção da festa, seguida pelo hino do Projeto Axé. A performance terminou com uma roda de capoeira puxada pelos capoeiristas ao som do canto Quando Eu Venho de Luanda, e contou com a participação do público.
Há 26 anos atuando com com crianças, jovens e adolescentes de 8 a 25 anos, em situação de vulnerabilidade social, a ONG mudou a vida de Matheus Luis, que desde os 9 anos integra o Projeto. A rua era a antiga morada do garoto de 14 anos. "Eu vivia na rua e ficava pertubando com os meninos. Depois entrei na Fundação Cidade Mãe e eles me enviaram pro Projeto Axé. Aí a minha vida mudou".

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