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No dia seguinte à soltura da médica Kátia Vargas, que teve a prisão preventiva revogada pela Justiça na segunda-feira, a mãe dos irmãos Emanuel e Emanuelle, Marinúbia Gomes, se disse tranquila e, questionada sobre o que diria à oftalmologista, mostrou serenidade: “Que ela possa passar o Natal com os filhos dela, porque eu não vou poder passar com os meus. Nesse momento, desejo que ela peça proteção a Deus. Porque as pessoas estão muito revoltadas nas ruas. Meu coração está sereno. Não sinto ódio, rancor. Não quero o mal dela, de jeito nenhum”.
Marinúbia, por outro lado, disse que tem sede de Justiça. “Uma coisa é não desejar mal, a outra é querer Justiça. Se ela fez o que as investigações estão apontando, que ela pague”. A mãe dos jovens disse que a libertação da médica não chegou a surpreendê-la.
Ela se tranquilizou com o fato de o juiz ter anunciado a formação do júri popular. “Eu já esperava que ela fosse solta. Nosso advogado nos alertou. A lei é para todos. Meu coração ficou sereno porque, apesar de ela ter sido solta, foi anunciado o júri popular. Fiquei muito satisfeita”, afirmou.
O assédio nas ruas, afirma Marinúbia, mostra apoio da população. Mas ela admite que às vezes esse apoio é raivoso demais. “Temo pela reação das pessoas nas ruas. Me apoiam, mas até com certa violência em relação a ela. As pessoas dizem: ‘se eu pudesse eu matava’. Eu respondo: ‘calma gente. Nosso foco é o júri popular’”.
Matéria original do Correio
“Que ela possa passar o Natal com os filhos dela", diz mãe de irmãos mortos em Ondina