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Saiba como Santa Dulce transformou comunidades de Salvador

Algumas das suas ações foram consolidadas em projetos que melhoraram e seguem melhorando a vida da população

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Redação iBahia

13/03/2022 às 8:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 1:03 - há XX semanas
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Foto: Agência Brasil
Santa Dulce não ganhou, ainda quando era Irmã Dulce, o apelido de Anjo Bom da Bahia à toa. A Santa, que foi canonizada em 2019 e morreu em 13 de março de 1992, deixou um legado de solidariedade e fé para o povo baiano. Algumas das suas ações foram consolidadas em projetos que melhoraram e seguem melhoraram a vida da população.

A península de Itapagipe, em Salvador, foi uma as principais regiões em que Irmã Dulce fez a diferença. Na década de 40, o local recebeu o nome de Alagados, mas antes era chamado apenas de “invasão”. Ali, as casas eram sustentadas por finas estacas de madeira.

Foi ali, em uma das áreas de maior pobreza da cidade, que a santa começou sua obra social, em 1934. De volta à Salvador após receber o hábito das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe, começou a atuar como professora de História e Geografia no Colégio Santa Bernadete, que pertencia à congregação da Imaculada Conceição, no Largo da Madragoa.

Nas palafitas dos Alagados, Irmã Dulce levou comida, remédios, assistência médica, roupas e ajudou na construção de casas para quem vivia em situação precária.

Ainda no bairro, Irmã Dulce criou um posto médico e chegou a ser chamada de Anjo dos Alagados. Em 1938, ela invadiu cinco casas, em um local de Salvador conhecido como Ilha dos Ratos e nos imóveis acolhia enfermos e desabrigados.

Ao ser expulsa da Ilha dos Ratos, nove anos depois, passou a instalar os doentes em diversos lugares, até transformar um galinheiro do Convento de Santo Antônio em albergue, o que, mais tarde, deu origem ao Hospital Santo Antônio, no Largo de Roma, em Salvador.

Obras Sociais Irmãs Dulce

Em 1959, a religiosa fundou a Associação Obras Sociais Irmã Dulce. As raízes da instituição datam de 1949, quando Irmã Dulce, sem ter para onde ir com 70 doentes, pede autorização a sua superiora para abrigar os enfermos em um galinheiro situado ao lado do Convento Santo Antônio, na capital baiana. O episódio fez surgir a tradição de que o maior hospital da Bahia nasceu a partir de um simples galinheiro.

A instituição hoje abriga um dos maiores complexos de saúde 100% SUS do país, com cerca de 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais por ano, na Bahia, a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

A organização conta com um perfil de serviços único no país, distribuídos em 21 núcleos que prestam assistência à população de baixa renda nas áreas de Saúde, Assistência Social, Pesquisa Científica, Ensino em Saúde, Educação e na preservação e difusão da história de sua fundadora.

Foto: Divulgação

Crise financeira

As Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) vive uma crise financeira que ameaça a continuidade dos serviços prestados pela instituição da Santa Dulce dos Pobres.

Responsável pela realização de 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais por ano na Bahia, a OSID, que conta com um dos maiores complexos de saúde do país com atendimento 100% gratuito, vem atravessando um momento extremamente delicado, com um déficit operacional de R$24 milhões, valor que ainda pode ser acrescido em R$20 milhões até o final do exercício de 2022 – resultando em um déficit acumulado da ordem de R$44 milhões.

De acordo com a superintendente das Obras Sociais, Maria Rita Pontes, a crise financeira é resultado da insuficiência dos valores recebidos em razão dos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS), derivado de contrato designado de Plano Operativo. O contrato em questão não possui cláusula de reajuste, de modo que a remuneração paga à instituição mantém-se inalterada ao longo dos últimos 5 anos, sendo insuficiente para cobrir os custos dos serviços – cenário esse agravado pela pandemia do novo Coronavírus e pelo crescimento da inflação nos preços dos insumos, especialmente os hospitalares, resultando assim no aumento das despesas com material hospitalar, medicamentos, entre outros itens.

“Sempre fizemos muito com poucos recursos financeiros. Só que agora, esse pouco está pouco demais. Neste momento em que homenageamos em memória os 30 anos da passagem de Santa Dulce para o céu, faço aqui o meu apelo a toda a sociedade: precisamos, mais do que nunca, da ajuda de todos vocês para seguirmos atendendo à população, principalmente o pobre, o doente, aquele que mais precisa”, ressalta Maria Rita.

Para ajudar a manter vivo o legado de amor e serviço de Irmã Dulce, é possível doar qualquer quantia através do PIX [email protected]; ou efetuar uma doação a partir do site www.irmadulce.org.br/doeagora. Mais informações sobre como ajudar a OSID podem ser obtidas também através da Central de Relacionamento com o Doador, no telefone (71) 3316-8899.

Santa Dulce

Irmã Dulce morreu no dia 13 de março de 1992, aos 77 anos. A religiosa baiana foi canonizada no dia 13 de outubro de 2019, em cerimônia presidida pelo Papa Francisco, no Vaticano, tornando-se assim a primeira santa nascida no Brasil. O processo de Canonização de Irmã Dulce foi o terceiro mais rápido da história (27 anos após seu falecimento), atrás apenas do Papa João Paulo II (9 anos após sua morte) e de Madre Teresa de Calcutá (19 anos após o falecimento da religiosa).

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