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Seminário debate desenvolvimento do Centro Histórico de Salvador

O evento reúne especialistas nacionais e internacionais que vão comentar suas experiências em outras cidades

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Redação iBahia

15/09/2016 às 9:17 • Atualizada em 01/09/2022 às 11:19 - há XX semanas
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Estimular o desenvolvimento econômico sem prejudicar o patrimônio histórico é um desafio a gestores de cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Lisboa e Barcelona. Por isso, o Instituto Antonio Carlos Magalhães (IACM) realiza nesta quinta-feira (15), na Faculdade de Medicina da Ufba, no Terreiro de Jesus, o seminário Centros Históricos: o Desafio da Governança. O evento começa às 9h, com entrada gratuita e não há necessidade de inscrições prévias. Arquitetos, urbanistas e outros especialistas nacionais e internacionais estarão em Salvador para debater estratégias e soluções para o Centro Histórico de Salvador. “Queremos conhecer o que foi aplicado em outros lugares para podermos traçar um caminho de sucesso para o nosso Centro Histórico”, afirma Claudia Vaz, superintendente do Instituto ACM. Ontem, às 20h, foi a abertura da exposição Centros Históricos ao Redor do Mundo, que permanece em cartaz até o dia 30 e, assim como o seminário, integra a Semana Ação, Cidadania e Memória, promovida pelo Instituto ACM. Uma das convidadas internacionais do seminário é a portuguesa Branca Neves, arquiteta e diretora de Projetos da Direção Municipal de Economia e Inovação da Prefeitura de Lisboa. Neves trabalha na revitalização da capital portuguesa, com foco na captação de novos usos e novas experiências para o Centro Histórico da cidade. As ações recentes implantadas pelo governo português reforçam a conexão do centro antigo com toda a cidade, como observa Branca Neves: “Em Lisboa, a intervenção no centro tem como objetivo atrair toda a população, atividades profissionais diversas e estabelecimentos de restauração, mas a correlação com as restantes zonas faz-se muitas vezes através da requalificação do espaço público”. Branca Neves, que realiza palestra hoje às 9h05, participa, às 10h55, do debate 'O Valor Contemporâneo do Patrimônio da Cidade', em que também estará o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Erico Mendonça. “É importante destacar que o Centro tem que estar incorporado à cidade toda e deve viver como uma parte da cidade. Isso lhe dá autenticidade. É uma área que precisa ter vida própria, independentemente de sua vocação para o turismo”, diz Erico. Washington Fajardo, arquiteto e presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, participa da mesma mesa- redonda e, antes, às 9h45, fará a palestra 'A Melhor Cidade'. Fajardo, como Erico, defende que o Centro não pode ser tratado como uma área à parte: “Muita gente tem a ideia de que o Centro Histórico é uma área inerte, é como se fosse um museu aberto, para visitar e depois voltar para casa”, diz Fajardo em tom crítico. O arquiteto vai falar sobre sua experiência no Rio de Janeiro, em projetos como o Porto Maravilha, que busca revitalizar a Zona Portuária da cidade. Entre os objetivos do projeto, está o de levar novos moradores à área central do Rio. “Essa área hoje tem cerca de 28 mil habitantes e daqui a 15 ou 20 anos deve chegar a aproximadamente 100 mil”. Fajardo defende que o governo deve estimular a habitação nos centros históricos: “Para resolver esse problema da falta de habitação nos centros, é necessária uma interação entre governo federal e governo estadual. Programas como o Minha Casa Minha Vida promovem facilidade à produção habitacional, mas rouba vontade política de cuidar do centro histórico. As pequenas e médias empreiteiras, voltadas para o Minha Casa Minha Vida, não têm estímulos naquelas áreas”. Mudanças Firmo de Azevedo, professor aposentado da Faculdade de Arquitetura da Ufba, chama a atenção para a questão da governança, tema que orienta o seminário: “O Estado precisa promover as mudanças necessárias criando , por exemplo, facilidade de transporte. Mas é necessário principalmente envolver as pessoas do local nas mudanças que forem promovidas. E cabe ao poder público acompanhar como essas mudanças estão sendo conduzidas”. Érico Mendonça defende interação entre o setor público e o privado: “O Estado deve dar instrumento econômico para a sustentabilidade do centro histórico. O papel do governo é definir as regras, mas ninguém pode depender dele a vida inteira”. À tarde, às 14h, acontece a mesa-redonda Centros Históricos: Um Bom Negócio. Entre os participantes, está Luciano Lopes, diretor executivo da Prima S.A., empresa responsável pela vinda do Hotel Fasano para Salvador. O estabelecimento vai ser instalado em frente à Praça Castro Alves. “É fundamental a circulação de pessoas naquela área. Então, é muito bom que se estimule a instalação de restaurantes, cafés e livrarias ali, por exemplo. O Centro Histórico precisa estar conectado com a vida urbana contemporânea”, afirma Luciano. No mesmo debate, estarão Mauro Munhoz, diretor presidente da Casa Azul e diretor-geral da Festa Literária Internacional de Paraty - Flip; Joan Romero, diretor da Agência Catalã de Turismo para América do Sul, e Paulo Gaudenzi, presidente da Salvador Destination. Às 16h30, Patrícia Reis, coordenadora de cultura da Unesco, realiza a palestra O Papel da Cultura para o Desenvolvimento Urbano Sustentável. Em seguida, ela participa da mesa Centro Vivo: A Nova Agenda Urbana, em que também estarão Bruno Tavares, superintendente do Iphan - Bahia; João Carlos de Oliveira, diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), e Waldeck Ornelas, especialista em planejamento urbano-regional.

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