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Suspeito de matar torcedor do Bahia já havia sido preso

Estudante de direito Pietro Henrique Ferreira Caribé Pereira, 25, nega envolvimento no crime. Ele fazia parte da Torcida Imbatíveis

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Redação iBahia

11/04/2017 às 8:20 • Atualizada em 31/08/2022 às 22:32 - há XX semanas
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Suspeito foi preso na segunda-feira
O suspeito de matar o torcedor do Bahia Carlos Henrique de Deus, 17 anos, após o clássico BaVi, no domingo (9), já havia sido preso em fevereiro deste ano após briga com outro tricolor. De acordo com a Polícia Civil, Pietro Henrique Ferreira Caribé Pereira, 25, conhecido como Gringo, é estudante de direito, motorista do Uber e vigilante da Unifacs. Ele nega ligação com o crime, mas foi reconhecido por testemunhas e identificado pela vítima que sobreviveu ao ataque.

Ainda segundo a polícia, em fevereiro, Pietro agrediu um torcedor do Bahia e rasgou a camisa da vítima. Ele ficou dez dias presos no Centro de Observação Penal (COP), na Mata Escura, sendo liberado após pagar fiança. Ele responde pela briga e por tentativa de furto, já que os documentos e o celular da vítima desapareceram após a confusão. Hoje, Pietro teria uma audiência sobre este caso. Além disso, Gringo também já tinha passagem por furto de veículo em 2011.

Segundo a Polícia Civil, ele é suspeito de atirar no adolescente. Outros quatro suspeitos estão sendo procurados por ter ligação com o crime - um deles também teria atirado nos tricolores. Ainda de acordo com a investigação, além de Carlos Henrique e do amigo, que sobreviveu, uma outra vítima foi atingida de raspão - uma mulher que ainda não foi localizada.

"A vítima sobrevivente aponta ele, sem sombra de dúvidas, como sendo o autor dos disparos. Temos outros envolvidos e estamos tentando alcançá-los. São quatro suspeitos que foram em direção à vítima, mas somente dois teriam atirado", informou a delegada Patrícia Brito, titular da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS). O nome do outro suposto atirador não foi divulgado para não atrapalhar as investigações e nem dificultar a prisão do mesmo.

Briga de torcida

A polícia diz que o crime foi motivado por briga de torcida. "Eles não tinha rivalidade pessoal, a motivação foi conflito de equipes", disse a delegada. No jogo deste domingo, a torcida visitante, a do Vitória, saiu meia hora após o jogo. O adolescente morto era torcedor do time rival, o Bahia, e estava indo embora da Fonte Nova à pé com o amigo quando houve a confusão. Segundo a polícia, dois carros pratas e dois ônibus da Torcida Imbatíveis (TUI), que levavam rubro-negros, passaram pela Vasco da Gama e encontraram os torcedores tricolores.

Foto: Reprodução/Facebook

Em seguida, os ônibus fecharam a frente do Posto Shell, encurralando os torcedores do time rival. Os tricolores, assustados, correram para dentro do posto na tentativa de se esconder. Carlos correu para o lava-jato do posto. Seu amigo, o frentista Isais Souza Santos, 27, foi para o lado da troca de óleo. Os dois foram espancados e baleados.

Atingido de raspão no pescoço, Isais foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE). Carlos foi atingido na perna, canela e tórax. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A polícia diz que Carlos Henrique e o suspeito não se conheciam e não tinham marcado briga pela internet. Ainda segundo a polícia, nem Carlos e nem Isaías tinham passagem por delegacias.

"Nos veículos estavam os supostos autores dos disparos e outras pessoas da torcida do Vitória", afirmou a delegada. Ainda segundo ela, o carro de Gringo é prata, mesma cor dos carros envolvidos. A arma utilizada no crime ainda não foi encontrada pela polícia. As imagens do posto de gasolina já foram solicitadas e serão periciadas. Procurado, o presidente da torcida Imbatíveis não atendeu às ligações.

Defesa

A defesa do suspeito nega que ele tenha envolvimento com o crime. Segundo o advogado Antônio Glorisman, Pietro se desligou da Torcida Imbatíveis em fevereiro, após a confusão com o torcedor do Bahia. Ele alega que Pietro estava no jogo deste domingo com a namorada e o cunhado, mas após a partida foi para a casa da mãe e duas horas depois foi para a casa da companheira, em Cajazeiras, onde passou a noite. Ainda segundo o advogado, ele saiu do estádio às 18h40 e chegou na casa da mãe às 19h10.

Hoje pela manhã, a polícia foi até a casa da mãe dele, no Garcia. Ele não estava no local, mas a mãe ligou e informou que policiais estavam querendo entregar documentos para ele. Provavelmente achando que se tratava de algo da audiência, ele foi até lá e foi preso. Se condenado, Pietro responderá por homicídio pela morte de Carlos, e tentativa de homicídio, por ter atingido Isaías.

A pedido do advogado, justificando-se com uma portaria da Vara de Execuções Penais do Ministério Público, não permitiu a apresentação do suspeito. Na tarde de hoje, ele seria apresentado em coletiva de imprensa na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba, o que não ocorreu. Nesta terça-feira, a defesa levará a namorada e cunhado de Pietro para depor a favor dele no DHPP.

Crime

O adolescente morreu por volta das 20h deste domingo (9), ainda no posto de combustível. O crime aconteceu após o término da partida entre Bahia e Vitória pelo Campeonato Baiano. Carlos Henrique Santos de Deus, 17, tinha ido ao estádio assistir ao jogo e estava a caminho de casa, na Rua Ferreira Santos, no bairro da Federação, quando foi atingido no abdômen e na perna.

Segundo testemunhas, a pessoa que atirou estava a bordo de um veículo, que parou próximo ao adolescente e disparou. Além de Carlos Henrique, outro amigo, o frentista Isaias Souza Santos, 27, foi atingido de raspão no pescoço e levado por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Geral do Estado (HGE). Ele passou por uma cirurgia na madrugada desta segunda-feira, para retirada da bala. Seu estado de saúde é desconhecido.

Em contato com o CORREIO, o primo do frentista, o zelador Jandson de Jesus Mota, 26, informou que o primo esteve consciente durante todo tempo e narrou à família o que teria acontecido. "[Isaias] me disse que eles tinham acabado de passar pelo Dique e atravessaram a rua. Foi quando três homens, apenas um deles armado, chegou atirando. Ele contou que se escondeu na parte de troca de óleo do posto", relatou.

Ainda conforme o primo da vítima, dois, dos três homens vestiam a camisa do Vitória. "Ele contou que viu os caras com os uniformes. Mas foi só. Ele está bastante abalado porque viu o Carlos morrer. Iam juntos para os jogos. É lamentável", pontuou.

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