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Transalvador tira clandestinos do Festival de Verão

Há mil guardadores sindicalizados e cerca de dois mil atuando na clandestinidade em Salvador

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18/01/2013 às 8:50 • Atualizada em 30/08/2022 às 16:31 - há XX semanas
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Quem foi para os dois primeiros dias do Festival de Verão já pensando no aborrecimento com os flanelinhas no momento de estacionar, teve uma surpresa: nenhum sinal deles perto das 450 vagas disponíveis na via marginal da Paralela, perto do Parque de Exposições. De longe, já dá para ver uma placa sinalizando a tarifa única de R$ 15. No lugar dos flanelinhas, 20 guardadores sindicalizados e oito agentes da Transalvador fazendo a fiscalização. Quando para o carro na área, o motorista paga e recebe uma cartela semelhante a da Zona Azul, com os dados do veículo. É preciso deixar a cartela exposta no painel para não receber uma multa nem ter o veículo removido. Dois guinchos estão de prontidão. O casal Paulo Ney e Soraia Santos gostou da iniciativa. Paulo contou que já teve bens roubados de um carro deixado com um flanelinha, justamente numa edição do Festival de Verão. “Ano passado, meu amigo deixou o carro com um deles. Quando a gente voltou não tinha nada. Levaram som, bolsas, tudo”, disse. Pra ele, é melhor até pagar mais para se sentir seguro.
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Na noite de quarta e ontem, também não havia flanelinhas na Avenida Dorival Caymmi, que dá acesso ao Parque de Exposições. Na avenida, no entanto, há estacionamentos particulares. De acordo com o superintendente da Transalvador, Fabrizio Menezes, o valor de R$ 15 foi estabelecido em portaria publicada pela prefeitura e foi calculado para estar abaixo das tarifas de estacionamentos particulares da área. “Estamos botando para funcionar o que não está funcionando. Vamos reformular todas as áreas de Zona Azul que não estão funcionando na cidade. Também vamos reforçar a fiscalização e coibir a ação dos flanelinhas clandestinos”, afirma Menezes . Se o espaço próximo do Parque de Exposições tiver ocupação máxima nos quatro dias do festival, significa uma receita de R$ 27 mil. Do valor arrecadado, 10% vai para o Sindicato dos Guardadores e Lavadores de Carro (Sindiguarda), 40% para a Transalvador e 50% para os guardadores. Chegando na festa no mesmo carro, os amigos Igor Leite, 18, e Jorge Tadeu, 21, divergiram sobre a ação da Transalvador. “Me surpreendi com o preço, achei caro. Prefiro flanelinha porque é mais barato, pago R$ 5 e fica tudo certo”, disse Igor, garantindo que nunca discutiu com um guardador clandestino. Já Jorge Tadeu, o dono do carro que ficou no estacionamento, disse se sentir mais confortável com a ausência dos flanelinhas. “Melhor pagar R$ 15 do que R$ 5 pra um flanelinha e o cara não estar nem aí pro seu carro”. Sem se identificar, uma guardadora regular disse que as condições de trabalho melhoraram. “Ano passado, tinha disputa. Os flanelinhas cobravam R$ 20, sendo que a gente cobrava R$ 5. O povo pagava mais caro com medo de fazerem alguma coisa”. Outras áreas Segundo o titular da Transalvador, a ação realizada no entorno do Parque de Exposições vai se estender para outras áreas da cidade, como orla, Rio Vermelho, Comércio e imediações dos estádios, por exemplo. “É um assunto que nos preocupa. Toda a orla já está regulamentada, o que precisamos é melhorar nossa infraestrutura para intensificar a fiscalização. Perdemos uma arrecadação grande com isso”, diz. Ele afirma que a Transalvador montou um grupo para mapear as áreas da cidade que podem ser regulamentadas. A ideia é estabelecer uma taxa única por área da cidade, sempre com a exigência da cartela oficial do órgão e com atuação exclusiva de guardadores sindicalizados. Segundo o presidente do Sindiguarda, Melquezedeque de Souza, apenas um terço das áreas públicas da cidade está regulamentado.
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Problemas Atualmente, em Salvador, há mil guardadores sindicalizados e cerca de dois mil atuando na clandestinidade. O número dobra durante o Verão, de acordo com estimativa do Sindiguarda. Sem controle, começam a surgir os problemas de coação, ameaças e até agressões por parte dos flanelinhas. “Tem gente que tem problema com documentação, com a polícia, com a Justiça. Qualquer um pode se dizer guardador, mas nossa profissão é regulamentada e tem requisitos para ocupá-la”, defende Melquezedeque Matos de Souza. A cobrança para estacionar em área pública chega até a R$ 20 e quem se nega a pagar pode até ser obrigado a deixar o local. “A gente não se sente bem com isso. Nas áreas que não são regulamentadas, o guardador não pode cobrar. O usuário paga se quiser e quanto quiser”, informa Souza. Para ser sindicalizado, o guardador deve apresentar certidão cível, antecedentes criminais, título de eleitor, RG, CPF, comprovante de residência, certificado de reservista e carteira de trabalho. CORREIO denunciou esquema de flanelinhas envolvendo PM Em novembro do ano passado, o CORREIO flagrou um esquema envolvendo dois homens que se apresentavam como policiais militares e comandavam um batalhão de flanelinhas, bem no meio da rua, nas cercanias do Estádio de Pituaçu. Apresentando-se como “Bezerra” e “Marcelo”, os dois homens aparecem nas gravações em vídeo organizando uma tropa de guardadores que loteavam a pista. As imagens foram registradas com uma microcâmera, antes dos jogos Bahia x Palmeiras e Bahia x Grêmio, nos dias 17 e 27 de outubro de 2012. Dez dias depois, o CORREIO confirmou que um deles realmente é policial. O soldado Marcelo Bezerra, que nas imagens aparece com um cassetete e um radiotransmissor, é lotado no Comando de Policiamento Baía de Todos os Santos (BTS). A PM abriu sindicância para investigar o caso. O outro Marcelo não foi identificado. Matéria original Correio 24h Transalvador tira clandestinos do Festival de Verão e promete ação pela cidade

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