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SALVADOR

Variação no preço das vacinas contra H1N1 chega a 127,2%

Aqueles que recorrem à imunização na rede particular precisam pesquisar bastante antes de tomar a primeira dose

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Redação iBahia

09/05/2016 às 8:18 • Atualizada em 28/08/2022 às 13:17 - há XX semanas
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O corre-corre em busca da vacina contra o vírus H1N1 aumentou o movimento nas clínicas particulares de Salvador. E esta é apenas uma entre tantas vacinas que todos têm que tomar ao longo da vida. Logo na primeira dose dá para sentir no bolso quanto custa se manter imune. Segundo estimativa da Seimi Vacinas (uma clínica particular), nos três primeiros anos de vida, se as quinze vacinas recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) forem ministradas na rede particular, o custo sai por R$ 5 mil.
Foto: Divulgação
Esse valor pode variar muito, conforme mostra levantamento feito pelo CORREIO em dez clínicas especializadas em imunização na capital baiana. A depender de qual seja a vacina, o preço pago chega a uma diferença de 127,2%, como é o caso da dose da meningite quadrivalente, apontada pelas clínicas privadas como uma das mais vendidas. A vacina contra o Influenza é outra que sofre variação significativa no preço, custando entre R$ 110 e R$ 170, diferença de 54,4% (veja mais no infográfico).
A publicitária Daniela Gonzalez sabe bem o peso que tem estes gastos. Só na última semana desembolsou R$ 460 para vacinar os três filhos contra o vírus Influenza. Somou ainda na mesma conta mais R$ 368 pela dose contra meningite e R$ 194 com a vacina que previne a Hepatite A. No total, acabou gastando de uma vez só R$ 1.022. “Já que está tendo surto, a gente abdica de algumas coisas porque saúde é prioridade”, afirma. O filho menor, de 1 ano, vai voltar em quinze dias para mais uma maratona de vacinação. “Ele vai tomar a tríplice viral e a varicela. Devo gastar uns R$ 300 a mais”, calcula.
Preço
Nem mesmo a crise ou o orçamento apertado conseguiram segurar o avanço desta procura por vacinas em clínicas privadas, como afirma a coordenadora de Enfermagem da clínica de imunização Seimi Vacinas, Cátia Bulhões. “Mesmo com o momento econômico difícil, a gente vê que a preocupação com saúde cresceu muito”, pontua.
Por conta do risco de contaminação pelo vírus H1N1, em um mês a Seimi imunizou em torno de 6 mil pessoas. “Tivemos um crescimento em torno de 300% na procura pela vacina contra o Influenza. Ou seja, em um mês respondemos por todo o quantitativo do ano passado”, ressalta a coordenadora, que admite que o preço da vacina subiu consideravelmente de um ano para o outro. “No ano passado o valor chegava a R$ 140. Mas no último lote subiu para R$ 170”.
Sem vacinas contra o H1N1 para adultos em estoque, assim como em todas as outras clínicas ouvidas pelo CORREIO, a Seimi só dispunha, até a última quinta, dia da entrevista, de doses para vacinar crianças. “Não temos previsão para a vacina chegar. Estamos tentando conseguir mais doses junto aos fornecedores”.
Outro lugar onde a busca por vacinas é grande é no Laboratório Sabin, que viu aumentar em 60% a procura pelo quadro total de vacinas, comparado com o mesmo período do ano passado. “O orçamento de todo mundo está apertado, mas as pessoas não abrem mão da saúde”, diz a enfermeira do laboratório, Leila Brito.
Para amenizar a alta nos preços das imunizações e aproveitar o aumento da demanda, muitas clínicas passaram a aceitar o pagamento parcelado no cartão de crédito. No LPC e na Seimi o parcelamento é feito em até seis vezes, a depender do valor. No pagamento à vista dá para conseguir desconto de 5% na Imuniza, Seimi e LPC. Tanto a Seimi quanto o Sabin informaram que contam com planos de desconto para grupos.
Procura em alta
Este ano, as vacinas sofreram um reajuste no preço acima da inflação, alcançando um aumento de 12,5%. Segundo Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os preços são regulamentados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) que leva em consideração indicadores como a inflação, o custo das matérias-primas e o preço do medicamento comparado com o de outros países.
Diante deste aumento, para o educador financeiro Angelo Guerreiro, só resta ao consumidor ter saúde para pesquisar bastante. “A dica é fazer as contas, racionalizar os gastos e se planejar para fazer uma reserva que atenda a esta despesa sem deixar o orçamento desequilibrar”, recomenda.
Foi o que fez a administradora Luciana Pereira, que não abre mão de pesquisar para vacinar a filha de 5 anos. “Gastei R$ 370 em menos de seis meses. Você fica preocupada, joga no cartão e vê como resolve depois”. A pediatra da criança recomendou também que fosse ministrada a vacina que protege contra a meningite, uma das mais caras.
“Essa eu segurei. Quando pesquisei o valor cheguei a achar por R$ 800 a dose. Quando a gente coloca na ponta do lápis fica apertado”. Mas a da gripe, ela faz questão de dar logo. “Estou só esperando a campanha que vai acontecer no trabalho. A vacina para dependentes vai custar R$ 60, quase R$ 100 de diferença com relação ao preço das clínicas”, conta.
Luciana tem mais uma estratégia para gastar menos: “Faço parte de um grupo de mães no Whatsapp e a gente está sempre trocando informações sobre onde tem vacina disponível e com um preço mais em conta”.
Correio24horas

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