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Vítima de agressão no ACBEU agradece apoio em vídeo

Roberta Nascimento e sua namorada Talita Andrade afirmam terem sido agredidas por segurança do teatro Acbeu no dia 1º de março

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14/03/2013 às 17:33 • Atualizada em 02/09/2022 às 6:17 - há XX semanas
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Em um vídeo publicado no YouTube na última terça-feira (12), Roberta Nascimento, uma das vítimas da agressão sofrida no dia 1º de março durante uma exposição no ACBEU, divulgou um vídeo em que agradece o apoio das pessoas e a comoção geral em relação ao caso. Ela e a sua namorada Talita Andrade afirmam terem sido agredidas por segurança do teatro Acbeu, o qual prestou depoimento na última segunda-feira (11). "Tô fazendo esse vídeo principalmente para agradecer as pessoas que entraram em contato comigo - que não foram poucas, foram muitas. Eu fiquei muito sensibilizada, muito emocionada, muito tocada com a comoção geral da imprensa, da Bahia, inclusive do Brasil", afirma Roberta, que ainda está com hematomas na região do olho esquerdo. Ela diz que ficou surpreendida com as mensagens de apoio que recebeu de amigos e desconhecidos. "Me surpreendeu de verdade. Porque quanto mais o mundo me mostra que a humanidade não vale a pena, como o caso da existência deste agressor, me vem, em contrapartida, muito amor mesmo, muita troca de energia positiva. Isso fortalece, isso é muito importante nessas horas que a gente fica fragilizada, né?", diz a vítima, que relata ainda estar em fase de recuperação física e emocional. Roberta também diz no vídeo que vai responder as mensagens recebidas, uma por uma, e que não esperava a marcha que aconteceu no dia 4 de março.
O vídeo mostra Roberta ainda com hematoma
A vítima, que relatou estar sem poder trabalhar esses dias, também deixou uma mensagem e chegou a ficar emocionada. "Pessoas que passaram por algum tipo de agressão, não se calem. É muito importante isso. Não se calem. É duro falar, mexe, toca lembrar, toca demais lembrar dos fatos, mas não se calem, porque a impunidade não pode prevalecer, a justiça tem que acontecer nesse país. A barbárie não pode sobrepor o amor e a paz entre os seres humanos", falou. Roberta pediu que as pessoas continuem entrando em contato e mandando mensagens, porque isso fortalece muito ela e sua namorada e ajuda a superar esse momento. Segundo Roberta, esta é a fase mais difícil de sua vida e de Talita. "Agradeço realmente do fundo do meu coração e que o amor vença no final", conclui. Entenda o caso O casal estava acompanhando o lançamento de uma exposição na galeria Acbeu na noite do dia 1º de março, quando decidiu ir ao banheiro. De acordo com ambos os depoimentos, as duas mulheres foram impedidas pelo segurança de ir ao banheiro. O funcionário informou que o lugar estava fechado e que a exposição havia acabado. Apesar disso, Roberta e Talita insistiram e se dirigiram ao sanitário. A partir daí os depoimentos divergem. Enquanto as vítimas alegam que foram abordadas pelo segurança com agressividade, o funcionário diz que seguiu apenas impedindo o acesso das jovens.
Talita afirma que um homem percebeu a ação do segurança e tentou ajudá-las, sendo agredido. A partir daí, as jovens tentaram conter fisicamente o funcionário, que empurrou Talita e acertou Roberta no rosto.
Por causa da gravidade do ferimento, elas buscaram atendimento no Hospital Português. Ao CORREIO, Talita diz acreditar que a confusão foi motivada por homofobia. "Estávamos tranquilas na festa, dançando e nos beijando, como fazemos em muitos lugares", relata. "Nunca pensei que fôssemos passar por isso. Talvez no máximo uma agressão verbal, mas nada desse tipo". A Associação Cultural Brasil Estados Unidos (ACBEU) divulgou uma nota afirmando "lamentar profundamente o incidente ocorrido nas dependências da galeria de arte" e que "repudia veementemente a resolução violenta de conflitos e qualquer tipo de discriminação contra a livre orientação sexual de cada um".
GGB e a Marcha Nacional das Vadias realizaram protesto por causa da agressão
Em repercussão ao caso, o Grupo Gay da Bahia (GGB) e a Marcha Nacional das Vadias realizaram uma manifestação em frente à Acbeu no dia 4 de março. Com faixas, os manifestantes pediram a punição para o agressor e fecharam uma das faixas laterais do Corredor da Vitória, seguindo até o Campo Grande para protestar. Veja o vídeo[youtube 9u4g602sKuA]

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