A vocalista da banda 'A Dama', Alanna Sarah, estava emocionada em participar do evento de comemoração de 15 anos do Salvador Fest 2022. A artista é a primeira mulher a subir no palco da festa cantando pagode, ritmo baiano que já conquistou todo o país. Em entrevista à repórter Bianca Andrade, do iBahia, ela falou sobre o peso que essa responsabilidade tem não só pra ela, mas para todo o cenário musical.
"O pagode é extremamente machista e não foi fácil não, viu? Foi uma coisa muito difícil, porque ser mulher no pagode é uma luta diária, então é uma coisa que não vai ser assim da noite pro dia, ah a dama chegou aqui no Salvador Fest e amanhã as coisas vão mudar. Não! A gente tem que continuar lutando pra ocupar esse espaço que é nosso por direito, não só meu, mas de todas as mulheres que querem chegar nisso aqui, que querem tá no pagodão, não só no pagodão também, mas em qualquer área de trabalho", pontuou.
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Representatividade foi a palavra de destaque na apresentação da banda neste domingo (18). Sobre a construção do repertório, a cantora falou que tirar a imagem que a mulher tinha no passado é essencial para essa valorização ser legítima.
"Eu estou com um repertório incrível de músicas, né? Que empodera realmente as mulheres. Então, eu acho que as pessoas precisam parar um pouco e tirar essa imagem das mulheres que tem do passado e começar a escutar o novo. Às vezes, a gente só precisa abrir nossos ouvidos para oportunidade", detalhou.
Na apresentação, A Dama trouxe Day e Aila Menezes para o palco. O trio cantou inúmeros sucessos do pagode e ressaltou a necessidade do governo incentivar às mulheres que cantam esse ritmo nos eventos.
AFROPUNK
Em novembro, Alanna vai se apresentar ao lado de MC Carol no Afropunk Bahia. A cantora está emocionada e com os sentimentos a flor da pele quando se fala neste momento. Sobre a apresentação, ela, disse que após o Salvador Fest o foco dela será este evento; até porque envolve a representação que tem e projeta para o mundo.
"É o meu primeiro ano Afropunk, e eu tô muito realizada porque dentro de Salvador, talvez, a gente não tenha o valor que a gente merece. E vem uma Afropunk de fora e chega aqui e me dá um destaque tão grande...a minha responsabilidade se tornou maior do que eu esperava. Eu espero entregar o meu máximo. Me superar, na verdade, né?", explicou.
Sobre o evento em si, ela fez suspense sobre o que iria trazer para o público. Mas, fez questão de evidenciar a importância do Afropunk para seu íntimo. "Eu como mulher preta, candomblecista, favelada, me sinto muito - além de honrada e representada, né? Então pra mim ali é o meu lugar, Afropunk é o meu lugar. Eu ainda não sei qual vai ser minha reação porque é muita emoção na hora."
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Redação iBahia
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