'Pau nas Coxas' e 'Misquece': veja licores que são tradição na Bahia

Já pensou você no São João pedindo por um "Pau nas Coxas" e depois um "Misquece"? É isso mesmo, esses são nomes de licores tradicionais no baixo sul da Bahia. Produzidos há mais de 50 anos por Tia Ninha, na cidade de Ituberá, as bebidas sempre foram um sucesso na região. Mas afinal, de que são feitos esses licores que levam nomes tão inusitados?

Foi na cozinha de casa que Tinha Ninha produziu os primeiros litros dos licores “Pau nas Coxas” e “Misquece”. Antes, as bebidas eram apenas para degustação da família e amigos, após aprovados, que ela decidiu colocar à venda. O resultado foi mais que positivo. Hoje, são 50 anos de tradição no São João dos ituberaenses.

Conheça o Licor de 'Pau nas Coxas e o Licor 'Misquece'

Segundo as filhas de Tinha Ninha, na época da criação, o nome "Pau nas Coxas" sempre foi um sucesso, remetendo sempre a uma brincadeira que mexe com a imaginação das pessoas. O licor apresenta, além do nome, criatividade também na composição. “Ele é um licor criado de forma criativa e de muitas curiosidades, por isso fica mais difícil dos ingredientes serem identificados. Sabe-se que tem cachaça e vinho, os demais ficam a critério dos degustadores e curiosos”, explica Liliana Gomes, filha de Tia Ninha.

Já o "Misquece" promete justamente isso: um gole e você esquece dos problemas e pessoas chatas para curtir o São João. Com um sabor forte e especiarias marcantes, o licor leva ingredientes bem típicos da região. “O sabor do licor de ‘Misquece’ é forte e fácil de ser identificado por conta dos ingredientes de aromas fortes e bem conhecidos na nossa culinária, que são o cravo e a canela.” comenta Liliana.

Hoje, aos 87 anos, a licorista passou seu legado para a filha Liliana Gomes, que sempre foi envolvida nas produções. “Desde adolescente, eu já ajudava minha mãe na produção e fazia manualmente os rótulos. Ao longo do tempo, eu era quem aprovava os sabores, ajudava na produção e nas festas juninas, organizava e arrumava a 'Barraca Da Tia Ninha' todos os anos.” explica.

Mesmo com produção reduzida, os licores continuam presentes no festejos juninos. “Para mim, assumir esse legado é permanecer em uma construção de uma história que faz parte das minhas memórias e deixar que minha mãe não perca ao longo do tempo o seu nome, o qual todos conhecem e admiram: Licor da Tia Ninha. O melhor licor do baixo sul e que já foi até para o exterior” conclui Liliana.

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