Na última semana, estreou na Netflix a série "1899", dos mesmo criadores de "Dark", sucesso da plataforma. No entanto, a produção foi acusada de plágio pela quadrinista brasileira Mary Cagnin.
A artista usou o Twitter para contar sua versão e compartilhar similaridades que encontrou entre a série de Baran bo Odar e Jantje Friese com a HQ de Mary, "Black Science", publicada em 2016 e disponibilizada gratuitamente.
Leia também:
"Já chorei horrores. Meu sonho sempre foi ser reconhecida pelo meu trabalho nacionalmente e internacionalmente. E ver uma coisa dessas acontecendo realmente parte meu coração. Sabemos que no Brasil temos poucas oportunidades para mostrar nosso trabalho e ser reconhecido por ele", escreveu.
Segundo Mary, uma das explicações para o para o plágio e um suposto acesso à HQ teria sido por causa da participação da quadrinista em painéis e feiras internacionais em 2017.
"Não é difícil imaginar o meu trabalho chegando neles. Eu não ó entreguei o quadrinho físico como disponibilizei a versão traduzida para o inglês", disse na rede social.
https://twitter.com/marycagnin/status/1594190866041610240
Desde então, diversos brasileiros demostraram apoio à quadrinista, enquanto outros ainda estão em dúvida sobre a existência ou não do plágio. Com mais de 300 mil curtidas e 17 mil recompartilhamentos, a acusação chegou até os atores e os criadores da série.,
Em resposta a Mary Cagnin, Lucas Lynggaard, que interpreta um dos personagens da série, afirmou que as duas narrativas são diferentes.
"Acho muito frustrante que, dada a quantidade de informação compartilhada e consumida hoje, a importância de ser crítico para sua legitimidade seja maior do que nunca. As pessoas deveriam assistir ao show, ler os quadrinhos - para ver que são duas narrativas diferentes. Não seja vagão :) x", disse.
https://twitter.com/Lucashewnut/status/1594613505226903553
Já os criadores da série se pronunciaram sobre o assunto no Instagram e afirmam nunca terem tido acesso ao material e que "1899" é uma obra original.
Não posto nada há anos porque, francamente, acho que as redes sociais se tornaram tóxicas. As últimas 24 horas provaram isso novamente", disse. "Para contextualizar: uma artista brasileira alegou que roubamos sua história em quadrinhos. Para deixar claro: nós não roubamos! Até ontem nem sabíamos da existência dessa história em quadrinhos. Ao longo de dois anos, colocamos dor, suor e exaustão na criação de 1899. Esta é uma ideia original e não baseada em nenhum material de origem", disse Friesen.
A produtora e roteirista diz que desde que a denúncia foi feita eles têm recebido mensagens ofensivas. Ela finalizou afirmando que a brasileira está tentando divulgar o trabalho dessa maneira.
"Alguém grita lobo e todos pulam sobre ele, nem mesmo verificando se as afirmações fazem algum sentido. Claro que isso deveria ser um esquema para vender mais de suas histórias em quadrinhos: boa jogada", finalizou.
Baran, por sua vez, contou que entrou em contato com a brasileira.
"Infelizmente não conhecemos a artista, nem o trabalho dela, nem a HQ. Nunca roubaríamos de outros artistas, já que nós mesmos somos artistas. Também entramos em contato com ela e esperamos que ela retire essas acusações", escreveu. "A internet se tornou um lugar esquisito. Mais amor e menos ódio", acrescentou.
Nesta segunda-feira (21), Mary Cagnin agradeceu as mensagens de carinho que recebeu, e disse que o caso já está sendo tratado legalmente.
"Queridos. Primeiramente gostaria de agradecer por todo o apoio que recebi nos últimos dias. É impossível acompanhar tudo, mas saibam que a força de vocês é o que me move. Aos que estão preocupados: eu estou bem, e todo o caso já está sendo tratado legalmente. Se cuidem.".
A Netflix ainda não se pronunciou sobre o caso.
Leia mais sobre Séries no iBahia.com e siga o portal no Google Notícias.
Veja também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!