O dióxido de carbono é apontado pelos cientistas como um dos principais atores das mudanças climáticas, e uma nova tecnologia pode ajudar a reduzir os níveis desse gás na atmosfera. Um estudo do Departamento de Energia dos EUA, em parceria com a Universidade de Illinois, em Chicago, foi capaz de reproduzir o processo natural da fotossíntese e transformar o CO2 em energia renovável usando a luz solar. De acordo com Larry Curtiss, químico do Departamento de Energia e coautor do estudo, um dos maiores desafios para as tecnologias de sequestro de dióxido de carbono é que o composto é pouco reativo, o que torna difícil transformá-lo em outras substâncias. Na natureza, quando as plantas capturam o CO2 da atmosfera e o transforma em açúcar, elas usam uma enzima como catalizadora orgânica. Em laboratório, Curtiss e sua equipe conseguiram reproduzir o processo com um composto metálico chamado disseleneto de tungstênio. — Por si só, é muito difícil converter o dióxido de carbono em outra coisa — disse Curtiss. No processo, os pesquisadores conseguiram converter o dióxido de carbono em monóxido de carbono. Apesar de o monóxido de carbono também ser considerado um gás do efeito estufa, ele é mais reativo que o CO2 e já existem tecnologias capazes de convertê-lo em combustível, como o metanol. Apesar de a transformação de dióxido de carbono em monóxido de carbono ser diferente de qualquer coisa encontrada na natureza, os ingredientes são os mesmos da fotossíntese. — Ma fotossíntese, as árvores precisam da energia da luz, água e dióxido de carbono para produzir seu combustível; no nosso experimento, os ingredientes são os mesmos, mas o produto é diferente — disse Curtiss. O arranjo para a reação é tão similar com a natureza que o time de pesquisadores foi capaz de construir uma “folha artificial” capaz de completar os três passos da reação. No primeiro, os fótons são convertidos em pares de elétrons negativamente carregados e seus “buracos” correspondentes, carregados positivamente; depois, os “buracos” reagem com moléculas de água para criar prótons e moléculas de oxigênio. Por fim, prótons, elétrons e o dióxido de carbono reagem para formar monóxido de carbono e água. — Nós queimamos tantos tipos de hidrocarbonetos, como carvão, óleo e gasolina, que encontrar uma forma econômica para fazer os combustíveis mais reutilizáveis com ajuda da luz solar deve provocar um grande impacto — disse Peter Zapol, físico do Departamento de Energia que também participou da pesquisa, acrescentando que a reação acontece com perda mínima de energia.
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Redação iBahia
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