A história ganhou adaptação para o teatro por Hector Babenco, junto com o Marco Antônio Brás, são dois diretores, que trazem o cinema para dentro do teatro. Essa parceria deu à peça uma linguagem muito cinematográfica e um aspecto muito realista, reforçada pela iluminação de Beto Bruel e toda a dinâmica em cena. A direção de Babenco é muito detalhista e complexa, assim, a peça começa ironizando essa geração e, ao longo de seus 70 minutos, ganha pontos de drama e humor. Isso desperta no público reações diversas, que vão do riso ao silêncio e até ao choro, principalmente naqueles casos de maior identificação. "Em Ribeirão Preto, uma menina rica nos disse que aquilo era a história dela", relembra o ator Paulo Azevedo.
Bárbara costuma dizer que são três personagens no palco: Hell, Andre A e o cigarro, que representa o vício. "O cigarro está sempre presente. É simbólico. E o diretor quis botar isso dessa forma para representar como as pessoas se apegam às coisas e não conseguem largar, porque o vício é muito forte". Paulo, por sua vez, ressalta: "É uma síntese de todos os vícios tratados na peça". Essa representação é importante para o contexto do espetáculo, mas exige doação da atriz Bárbara Paz, que, na vida real odeia cigarro, e confessa: "Tomo antialérgico para não espirrar em cena, e quando saio do palco, vou correndo escovar os dentes", conta.
Por abordar a questão do consumo, a peça tem um visual muito bonito e foi tratado com muito cuidado, com figurino e produção de arte assinados pelo diretor criativo Giovanni Bianco, que mora em Nova York e trabalha com a cantora Madonna. Ele veio ao Brasil especialmente para fazer a produção para 'Hell'. "No palco, a Hell troca de roupa a todo instante para mostrar que esse consumo de grifes pode virar lixo. A pessoa quer as roupas, mas em casa elas viram um amontoado", pontua Bárbara. A trilha sonora - que vai do clássico ao pop - é outro ponto alto destacado pela atriz. A montagem também já foi levada para Portugal e foi indicada como uma das dez melhores peças de 2013, no Rio de Janeiro.
Apesar de exigir tanta entrega no palco, este não é o único trabalho atual de Bárbara Paz. Após interpretar Edite, a esposa de Félix (Mateus Solano) em 'Amor à vida', ela também encena 'Vênus de Vison' - uma comédia da Broadway -, estreia 'Toca do Coelho', que a fará voltar a Salvador em novembro com Reinaldo Gianecchini para apresentações. Além disso, começa a dirigir para cinema: acabou de fazer um documentário na Rocinha, vai dirigir o curta 'Três Meninos', além de um outro sobre Hector Babendo, com quem foi casada por dez anos. Para a televisão, ela volta ainda este ano com a série 'Dupla Identidade', de Glória Perez e direção de Mauro Mendonça Filho, e se prepara para fazer uma novela no ano que vem.
Já Paulo participou do filme 'Paixão e Virtude', dirigido por Ricardo Miranda, está lançando a 'Sua Companhia', além de escrever e dirigir o espetáculo chamado 'Heróis - Uma pausa para David', inspirado em David Bowie, mas também aguarda patrocínio para adaptar um romance francês que chama 'Talvez uma história de amor'. Veja mais sobre o espetáculo Hell em nossa agenda cultural! Leia Também: Cineasta baiano lança curta no festival AnimamundiPablo fará show extra em Salvador ainda em agostoFlica 2014 já tem data marcada e novidades divulgadas
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