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TEATRO

Bárbara Paz e Paulo Azevedo encenam Hell no Sesc Casa do Comércio

Espetáculo é uma adaptação do best-seller francês escrito por Lolita Pille, com direção de Hector Babendo; Em cena, personagens questionam comportamento moderno dos jovens

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01/08/2014 às 20:34 • Atualizada em 28/08/2022 às 13:23 - há XX semanas
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Há quatro anos apresentada nos palcos do Brasil, a peça 'Hell' chega a Salvador com Bárbara Paz e Paulo Azevedo no elenco, e direção de Hector Babenco ('Carandiru', 'Pixote' e o 'Beijo da Mulher Aranha'). No Teatro Sesc Casa do Comércio, neste final de semana (1º, 2 e 3 - sexta, sábado e domingo), o texto, uma adaptação do best-seller francês escrito por Lolita Pille aos 17 anos, questiona valores e comportamentos contemporâneos através de uma vida desregrada com drogas, sexo, vícios e consumo excessivo de grifes. Tudo isso em uma tentativa de preencher um vazio afetivo. Embora, a peça relate a história real de Pille passada em Paris, é uma verdade que acontece com frequência em diversas cidades do mundo, por isso mesmo por onde passa, desperta a atenção do público e lota plateias com pessoas de todas as idades, tanto de jovens que enfrentam esses problemas quanto de pais e avós, que buscam entender e ajudar seus filhos e netos. A atriz Bárbara Paz, que vive a personagem Hell comenta que, no início das apresentações, deu uma "surtada" porque a carga emocional é muito grande. Ao término do espetáculo, ela se sentia extremamente abatida com a realidade interpretada e por tocar em questões vividas de verdade por jovens. "Os valores estão mudando muito nessa geração contemporânea. As pessoas são descartáveis, os amores são descartáveis. Há um excesso de consumo de grife. Isso é absurdamente excessivo e elas fazem isso, porque querem ter as melhores bolsas, as melhores roupas. Há um excesso de drogas, boates e noites sem fim. A maioria dos jovens passa por isso, mas para muitos não acaba, e quando não tem uma estrutura e o alicerce familiar, acaba desandando. Esses personagens da peça, a Hell e o Andre A, estão aí; eles têm tudo para ser felizes, porque têm dinheiro, mas falta o afeto. Quando isso acontece, vem o desmoronamento e a derradeira. Muitos jovens estão nesses lugares e os pais não enxergam", diz a atriz.
A história ganhou adaptação para o teatro por Hector Babenco, junto com o Marco Antônio Brás, são dois diretores, que trazem o cinema para dentro do teatro. Essa parceria deu à peça uma linguagem muito cinematográfica e um aspecto muito realista, reforçada pela iluminação de Beto Bruel e toda a dinâmica em cena. A direção de Babenco é muito detalhista e complexa, assim, a peça começa ironizando essa geração e, ao longo de seus 70 minutos, ganha pontos de drama e humor. Isso desperta no público reações diversas, que vão do riso ao silêncio e até ao choro, principalmente naqueles casos de maior identificação. "Em Ribeirão Preto, uma menina rica nos disse que aquilo era a história dela", relembra o ator Paulo Azevedo.
Bárbara costuma dizer que são três personagens no palco: Hell, Andre A e o cigarro, que representa o vício. "O cigarro está sempre presente. É simbólico. E o diretor quis botar isso dessa forma para representar como as pessoas se apegam às coisas e não conseguem largar, porque o vício é muito forte". Paulo, por sua vez, ressalta: "É uma síntese de todos os vícios tratados na peça". Essa representação é importante para o contexto do espetáculo, mas exige doação da atriz Bárbara Paz, que, na vida real odeia cigarro, e confessa: "Tomo antialérgico para não espirrar em cena, e quando saio do palco, vou correndo escovar os dentes", conta.
Por abordar a questão do consumo, a peça tem um visual muito bonito e foi tratado com muito cuidado, com figurino e produção de arte assinados pelo diretor criativo Giovanni Bianco, que mora em Nova York e trabalha com a cantora Madonna. Ele veio ao Brasil especialmente para fazer a produção para 'Hell'. "No palco, a Hell troca de roupa a todo instante para mostrar que esse consumo de grifes pode virar lixo. A pessoa quer as roupas, mas em casa elas viram um amontoado", pontua Bárbara. A trilha sonora - que vai do clássico ao pop - é outro ponto alto destacado pela atriz. A montagem também já foi levada para Portugal e foi indicada como uma das dez melhores peças de 2013, no Rio de Janeiro.
Apesar de exigir tanta entrega no palco, este não é o único trabalho atual de Bárbara Paz. Após interpretar Edite, a esposa de Félix (Mateus Solano) em 'Amor à vida', ela também encena 'Vênus de Vison' - uma comédia da Broadway -, estreia 'Toca do Coelho', que a fará voltar a Salvador em novembro com Reinaldo Gianecchini para apresentações. Além disso, começa a dirigir para cinema: acabou de fazer um documentário na Rocinha, vai dirigir o curta 'Três Meninos', além de um outro sobre Hector Babendo, com quem foi casada por dez anos. Para a televisão, ela volta ainda este ano com a série 'Dupla Identidade', de Glória Perez e direção de Mauro Mendonça Filho, e se prepara para fazer uma novela no ano que vem.
Já Paulo participou do filme 'Paixão e Virtude', dirigido por Ricardo Miranda, está lançando a 'Sua Companhia', além de escrever e dirigir o espetáculo chamado 'Heróis - Uma pausa para David', inspirado em David Bowie, mas também aguarda patrocínio para adaptar um romance francês que chama 'Talvez uma história de amor'. Veja mais sobre o espetáculo Hell em nossa agenda cultural! Leia Também: Cineasta baiano lança curta no festival AnimamundiPablo fará show extra em Salvador ainda em agostoFlica 2014 já tem data marcada e novidades divulgadas

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