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'Nise da Silveira, Guerreira da Paz', um espetáculo de Daniel Lobo (Prêmio APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte), que une teatro, música, dança e projeções e será apresentado em Salvador para homenagear a médica psiquiatra alagoana, uma das primeiras mulheres a se formar em Medicina no Brasil. Discípula de Carl Gustav Jung, ela revolucionou o tratamento de pacientes mentais com uma proposta ligada à arte. A montagem será encenada no palco do Teatro Jorge Amado, nos dias 4,5 e 6 de setembro, às 19h, com ingressos a R$70 (inteira) e R$35 (meia) e classificação de 16 anos. O projeto reúne grandes nomes. As coreografias são da bailarina Ana Botafogo, que pela primeira atua no teatro. Já a trilha sonora é de João Carlos Assis Brasil, um dos maiores pianistas da atualidade, que tem parceria com o percussionista Marco Lobo. As projeções multimídia trazem participações especiais do poeta e crítico de arte Ferreira Gullar e do teatrólogo José Celso Martinez Corrêa. A representação de Carl Gustav Jung se dá com a "Voz do Inconsciente", interpretada pela Monja Coen, precursora do zen-budismo no Brasil. A voz da monja é ouvida em off e ajuda o público a entender a maior referência psiquiátrica da médica brasileira.
Entenda o pensamento de Nise da Silveira: Nise da Silveira é tida como uma das personalidades mais relevantes do século XX. Sua proposta de tratamento estava pautada na criação de ateliês de Arte, dentro nos hospitais psiquiátricos. Este método substituia a prática de eletrochoque e procedimentos violentos contra os pacientes com doenças mentais. O ponto de partida para os estudos de Nise eram as expressões simbólicas registradas em pinturas feitas pelos pacientes. Através dessas imagens, ela fazia um verdadeiro mergulho no universo dessas pessoas, a quem chamava carinhosamente de "camafeus". “A força daquela mulher revolucionou a psiquiatria através da arte e de um processo mais humanitário de cura, de um olhar para o seu semelhante que não fosse um olhar tão duro, tão científico, mas um olhar de amor ao próximo”, comenta o diretor Daniel Lobo. As pinturas eram tão impactantes que chegaram a ser expostas em locais destinados à obras de arte, como o Museu de Arte Moderna de São Paulo e Paris. Também na montagem, que será mostrada no Teatro Jorge Amado, o público baiano poderá conhecer alguma delas através de projeções. Haverá, ainda, um painel sobre fatos marcantes da vida de Nise da Silveira, a exemplo da chegada ao Rio de Janeiro, na década de 20; sua amizade com Manuel Bandeira; a prisão no governo Getúlio Vargas e a relação com o psicanalista Carl G. Jung.
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