As críticas constantes da mídia internacional a preparação brasileira para a Copa do Mundo causou um clima de desconfiança em muitos estrangeiros. Principalmente entre aqueles que pensam em curtir o Mundial de 2014 no país. Entretanto, a preocupação não atinge todos os jornalistas que vêm de fora. Alguns deles discordam da maneira como alguns têm abordado o tema segurança.O
iBahia Esportes aproveitou a massiva presença de jornalistas estrangeiros na Costa do Sauipe, na Bahia, para ouvir as impressões sobre o assunto antes do sorteio dos grupos da Copa. O temor realmente existe, mas as coisas mudam a partir do momento em que eles pisam em território nacional.
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Gary Meenaghan: "eu não estou muito preocupado" |
"Eu não estou muito preocupado. Eu vim para a Copa das Confederações, quando aconteceram vários protestos, mas eu não senti que não era seguro. Acho que se você fica atento e distante de confusão, não terá problema", opina o escocês Gary Meenaghan, repórter do jornal The National, de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.Meenaghan, por sua vez, admite que a maioria dos europeus não pensam como ele. "Provavelmente não. Acho que há muita apreensão e medo, mas muito por culpa de parte da mídia que fala sobre horror e causa pânico", explica. O italiano Alessandro Poggi, que trabalha para a agência britânica de vídeos Omnisport e também escreve no site Tuttosport, não cobriu a Copa das Confederações e disse que as notícias que chegaram aos seus compatriotas realmente causaram preocupação."Me preocupou um pouco quando eu vi as notícias, de que os times ficaram nos hotéis. So Balotelli saiu. Assusta um pouco. Eu vou ficar em Recife na Copa e não sei como será lá. Só estou um pouco preocupado, mas sei que o interesse do governo e da Fifa é que tudo aconteça bem. Estou mais preocupado com problemas de organização", pontuou.Poggi acreita que há um exagero quando falam de horror no país da Copa. "Não gosto quando eles (jornalistas) chegam em um país de fora e criticam por criticar. Eu faço parte da classe e acho que o Brasil está tentando fazer o melhor que pode, mas é importante salientar que muitas críticas estão voltadas para os atrasos de obras".
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O holandês Daan Dekker, do NUsport, está morando no Brasil há quatro meses e já está em solo brasileiro pela quinta vez. Ele contou ao iBahia Esportes que a sensação de temor existia no início, mas hoje ele tem uma visão diferente. "Tem que ter um pouco de cuidado, mas nunca senti medo. Acho que tem críticas um pouco exageradas, embora aconteça mesmo muita coisa", opina.Para ele, o mais complicado é se acostumar aspectos culturais. "Na Europa é tudo muito arrumado, aqui não. O Brasil é um pouco caos. Vão tentar diminuir esse caos na Copa, mas acho que não vão conseguir abolir esse caos. Vai existir problema", projeta.
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Haraguchi (à esq.) acredita em fim dos protestos; Yokochi (à dir.) é tradutor |
Em uma linha comparativa, o português Paulo Simões, da rádio Antena 1, acredita que não terá problemas para realizar seu trabalho em 2014. "Estive na Copa das Confederações e consegui realizar meu trabalho tranquilamente. Costumo dizer que depois da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, posso ir para qualquer lugar". Shuichiro Haraguchi, da TV japonesa NHK, acha que não haverá a mesma tensão da Copa das Confederações. "Sentimos que era uma situação preocupante. Acho que o ato de manifestação não é uma coisa ruim, mas senti um certo perigo em atos de vandalismo, de agressão. Temos uma grande expectativa positiva porque tem sido garantido que isso vai ser superado".
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