Ousadia e baianidade: veja os desafios de empreender em São Paulo

Ontem saí para jantar com uma amiga de longas datas. Direto de um café super charmoso em São Paulo, rememoramos os desafios vividos desde a época da faculdade, e uma coisa eu já posso garantir amigos e amigas: o caminho não é fácil.

Ambos com origem humilde e cada um com os seus percalços no trajeto, as lembranças passearam pela época da universidade, a insistência em conquistar um diploma de nível superior, os “perrengues” para transitarmos em locais que originalmente não eram nossos e a certeza de que sempre tivemos mais ousadia do que oportunidades.

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P.S. Lembro bem do nosso grupo e sobre o quanto para nós o nível superior seria importante. Graduar-se era uma teimosia em ‘dar certo’, conquistar o emprego dos sonhos e construir algo diferente em nossas famílias.

O tempo passa e hoje, eu já com residência na cidade e ela descobrindo cada vez mais as dores e delícias de Sampa, reafirmamos a máxima – ainda não alcançada – de que ‘um dia vamos rir de tudo isso bebendo espumante em alguma ilha paradisíaca’. Estamos mais perto do que antes, mas o caminho ainda é longo e tortuoso.

Baianos de Salvador, assim como tantos milhares de nordestinos que se aventuram na “selva de pedra”, nos dividimos entre as duas cidades. Eu com presença contínua e ela com projetos, mas sempre vinculados a trabalho, afinal a gente não para, por mais que ainda reforcem qualquer ideia de preguiça associada a nós.

Com pouco mais de um ano de ‘ponte aérea’ – que vez em quando inclui o Rio de Janeiro -, a minha chegada em São Paulo foi ousada e com propósito: preciso expandir a agência, criar mais conexões e captar clientes para movimentar essa renda em Salvador. O processo é lento, mas está dando certo.

Ao longo desse período comecei a ter acesso a espaços antes inimagináveis, como jantares importantes, eventos nacionais e internacionais, encontros e reuniões com players estratégicos e acima de tudo tenho podido imprimir uma assinatura baiana em locais simbólicos, para mim e para os meus.

Talvez alguém chegue aqui e pense: ah, mas é só querer fazer e ter força de vontade. Sim, e não. Um dos pontos mais importantes e que eu já tento proporcionar para quem chega agora, é uma rede de conexões. É preciso aproximar pessoas, compartilhar conhecimentos, abrir espaços e dividir para multiplicar. Conexões são a chave para destrancar a porta. É através dela que a oportunidades surgem e você mostra o seu potencial, é essa abertura que te coloca em locais essenciais para as oportunidades.

Mas assim, não pense que estar te faz estar dentro, é um longo caminho que envolve desconfiança, inseguranças, reserva de mercado, concorrência e tantos outros obstáculos do ambiente de negócios, seja aqui ou em tantos outros lugares do mundo.

Entretanto, uma vez dado o passo, vem a sensação de que o mundo está aí, pronto para ser conquistado e que nós, em meio às nossas dificuldades, somos incríveis em entregas de soluções ágeis, transformadoras e criativas.

O meu conselho para você que pensa em expandir, mas tem medo do primeiro passo é: faz com medo mesmo, eu tenho medos diários, mas nada vai nos parar!