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GESTÃO E CARREIRA COM CRISTIANO SABACK

Redução da jornada de trabalho para 4 dias: entenda essa nova tendência do mercado de trabalho

Já imaginou começar a trabalhar 04 dias por semana sem perda salarial? Isso já vem acontecendo mundo afora, inclusive no Brasil. Veja como modalidade funciona na prática

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Cristiano Saback

25/07/2022 às 8:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 17:42 - há XX semanas
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					Redução da jornada de trabalho para 4 dias: entenda essa nova tendência do mercado de trabalho
Foto: Reprodução

A gente conhece bem o nosso modelo brasileiro que institui 40 horas de trabalho semanais ou no máximo 44 horas, não podendo passar disso. O mundo também segue esse mesmo modelo de 08 horas de trabalho por dia. E isso aconteceu após a revolução industrial, que até então apostava num maior número de dias e horas possíveis para trabalhar (às vezes 07 dias por semana ou 10h e até 16h por dia), porque se acreditava que dessa maneira se produzia mais e, portanto, gerava mais lucro. Essa era a lógica.

No geral, o que ainda vigora é o (antigo?!) modelo 08/08/08 (08 horas de sono, 08 horas de trabalho e 08 horas livres), mas o que se propõe com essa nova iniciativa é a regra do 100:80:100 (100% do salário: 80% do tempo do profissional : 100% de produtividade)

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Ao que parece, as 40 horas de trabalho semanais podem estar com os dias contados. Algumas empresas no mundo já começam a apostar nas 32 horas semanais, ou seja, os funcionários passam a trabalhar 04 dias por semana ao invés de 05. Agora, por que disso está acontecendo?

Bom, muito se fala em bem-estar e administração de energia, ao contrário da administração do tempo. Por outro lado, a pandemia trouxe uma nova perspectiva de novas formas de trabalho como o home office, por exemplo. Muito embora alguns gestores tenham ficado desesperados sem saber se seus funcionários estavam cumprindo a carga horária estabelecida, percebeu-se também que, em boa parte, a produtividade não foi afetada. Muito pelo contrário, notou-se inclusive que alguns cargos não precisavam do colaborador presencialmente para que cumprisse as suas funções. Percebe que para quebrar um padrão é preciso fazer testes?

Em 1930, o economista britânico John Maynard Keynes predizia que em 100 anos estaríamos trabalhando cerca de 15 horas por semana devido à evolução tecnológica que já observa na época. Pois é, a redução não chegou a tanto, mas algumas empresas dizem estar testando as 32 horas de trabalho semanais e que já começam a ter uma boa impressão desse novo modelo.

Um dia de trabalho a menos pelo mundo:

  • Em 2019, a Microsoft Japão apostou num programa piloto de 32 horas de trabalho semanais, sem redução salarial, com seus colaboradores e percebeu um aumento de 40% na produtividade.
  • Em junho de 2022, numa parceria com empresas privadas, Portugal aprovou a proposta de testar os 04 dias de trabalho semanais.
  • Outros lugares como o Reino Unido, Bélgica, a Islândia e os Emirados Árabes Unidos começaram, também, a apostar em testes que reduzem a carga horária de trabalho semanal sem redução do salário.

Pelo Brasil:

  • A empresa de tecnologia NovaHaus, em Franca (SP), implementou em março de 2022 um programa teste que deve ir até novembro: um dia a menos de trabalho durante a semana sem redução salarial. Os funcionários têm se mostrado satisfeitos com a mudança.
  • No Rio de Janeiro, a Zee.Dog aposta na folga às quartas-feiras e concentrar o trabalho no início e final da semana.
  • A Crawli, empresa de tecnologia em Belo Horizonte, já aposta nesse modelo de trabalho há 04 anos. Sendo a sexta-feira o dia de folga.

Em Salvador (BA), a SANAR (startup na área de educação voltada para profissionais da saúde) começou a inovar na redução da carga horária de trabalho, mantendo o salário. Segundo Carolina Franco (RH da SANAR) os colaboradores da empresa passaram a usufruir de uma sexta-feira mais curta de trabalho:

“Desde de janeiro de 2022 implementamos a short Friday (sexta-feira curta). Ao invés de finalizarem às 18h, os funcionários são convidados a pararem de trabalhar às 16:30. Além disso, incentivamos às quartas-feiras sem reuniões com o objetivo de reduzir o tempo em chamadas por vídeos, focar em processos internos e termos um dia mais leve durante a semana. Como numa startup o ritmo de trabalho é acelerado, acreditamos que estas ações podem ser positivas para os funcionários.”

Quando perguntei se a empresa já tem uma mensuração do modelo, Carolina disse que ainda está muito recente para ter esses dados, mas que já percebe no feedback informal que os colaboradores estão satisfeitos e “encaram como positivo. Um benefício intangível com foco em bem-estar”, segundo ela. Mas, ressalta que implementar um novo modelo depende muito da cultura de cada empresa e que a liderança tem que ser exemplo da ação.

Numa época em que os trabalhadores apresentam burnout, reclamam de stress e tantos outros quadros que afetam a saúde mental, parece que o modelo de 04 dias de trabalho por semana ou redução de algumas horas semanais, pode ser uma virada de chave tanto para os profissionais quanto para as empresas.

Algumas apostam em dias “de folga” como a quarta-feira, outras optam pela sexta ou até fazem revezamento dependendo da área de cada colaborador. No final das contas, a intenção é a mesma: qualidade de vida e bem-estar. Esperam que o profissional tire esse dia específico para cuidar de si. Seja para ir ao médico, resolver as coisas da casa, ir ao cinema, passear com os filhos ou ficar de pernas pro ar mesmo. É uma pausa para recuperar a energia e a motivação. Aliás, além da gestão do tempo, a gestão de energia também conta. Nem sempre dá pra resolver tudo no final de semana e ter um dia útil para poder gerenciar a vida pessoal é um ganho e tanto.


				
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