A taça da primeira Copa do Mundo de Clubes da FIFA foi mesmo parar na Europa, mas pode-se dizer que, por pouco, o "intruso" Fluminense não acabou com o baile anunciado pelos comentaristas e torcedores esportivos de todo o planeta e acabou trazendo o troféu para a América do Sul. De todo modo, sob diversos outros aspectos, é possível dizer que o Brasil foi o grande campeão do torneio.

O Brasil é o país que contou com o maior número de jogadores pré-inscritos na Copa do Mundo de Clubes. Foram 142 segundo a FIFA e 141 de acordo com o GE no total, com 46 defendendo equipes estrangeiras, ou seja, um a cada três atletas em média. Atrás do Brasil vieram Argentina, com 104, Espanha, com 54, Portugal, com 49, e Estados Unidos, com 43. Vale lembrar que o Brasil foi o único país a contar com quatro times no torneio: Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo, campeões da Libertadores 2021, 2022, 2023 e 2024, respectivamente.
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A força verde e amarela inclui o fato de o Brasil contar com um dos artilheiros do Mundial até as semifinais, como Marcos Leonardo, do Al-Hilal, que fechou a competição com quatro gols, e possuir jogadores duelando na grande final entre Paris Saint-Germain e Chelsea. Em outras palavras, o Brasil chegou à final.
A Copa do Mundo de Futebol de Clubes foi o torneio global de clubes mais inclusivo de todos os tempos, com 81 nacionalidades representadas no evento.
Dos quase mil atletas inscritos na véspera da competição, mais de 41% constavam com nacionalidades diferentes das suas equipes. Na lista divulgada pela FIFA sobre os 32 times, dias antes do início do torneio, apareciam 998 jogadores e, desse total, 415 foram matriculados com nacionalidades distintas das suas equipes. A primeira lista da FIFA não detalhou os jogadores que têm dupla ou múltipla cidadania.
Por reunir os campeões continentais de clubes e jogadores de diferentes nacionalidades que atuam em times de outros países, há também 36 atletas que puderam sentir algo ainda mais especial. Eles vêm de 22 países que nunca disputaram uma Copa do Mundo de Seleções, o que fez, pela primeira vez, que torcedores de lugares como Congo, Palestina, Síria e Venezuela, por exemplo, pudessem se sentir representados em uma Copa, ainda que de Clubes.
Já pensando à frente, a Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos três países da América do Norte, terá 48 seleções, o que significa ainda que mais países terão a oportunidade de participar e isso pode levar a uma maior diversidade de nacionalidades na competição. Uma vitória fabulosa em tempos tão sombrios para imigrantes.

Sílvio Tudela
Sílvio Tudela
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