José Mourinho, técnico do Manchester United, viralizou na Internet ao interromper uma entrevista depois de uma partida contra o Chelsea para elogiar um jogador do time rival: "Vai perguntar sobre o Willian? Willian é top dos tops". Nesta segunda-feira, o brasileiro finalmente fez jus à expressão do português nesta Copa do Mundo. No segundo tempo da partida contra o México, em Samara, pelas oitavas de final, foi a peça que faltava para a equipe de Tite seguir adiante.
Ele foi decisivo porque Neymar precisa de alguém para dividir responsabilidades e, na ausência quase completa de inspiração por parte de Philippe Coutinho, coube ao camisa 19 exercer essa tarefa. Ao se dispor a sair do lugar comum, foi foguetinho, foi como uma turbina a impulsionar a equipe ao ataque. Cristiano Ronaldo e Messi foram embora prematuramente da Rússia muito pelo deserto de talentos ao redor. O camisa 10 da seleção precisa levantar as mãos para o céu por não sofrer do mesmo mal.
O grande mérito de Willian foi largar o pedaço de terra que está acostumado a ocupar neste Mundial. Ao sair da ponta direita, onde tem sido pouco produtivo, correr em diagonal com a bola dominada, flutuar sem a bola mais para o meio de campo, deixou para trás a timidez que mostra nas palavras e que às vezes parece contaminá-lo em campo. No primeiro tempo, não fez nada disso. Com Fagner tomando um vareio dos pontas mexicanos, chegou a recuar para ajudar na marcação. Era um martírio vê-lo em campo.
Mas no segundo tempo, tudo foi diferente. No gol que abriu o placar para o Brasil, fez a troca de posições com Neymar, fundamental para desmontar a defesa adversária. Se não tivesse aberto para a esquerda quando Neymar correu com a bola para o meio, talvez estivesse cumprindo à risca as determinações táticas de Tite, mas não teria conseguido cruzar a bola para o camisa 10 apenas escorar para dentro do gol.
- Jogamos bem, com a bola e sem bola. Tivemos aplicação até o final. Estamos de parabéns - afirmou depois da partida, em entrevista ainda dentro de campo.
Willian esteve ameaçado de perder a posição para Douglas Costa, que entrou muito bem contra a Costa Rica, ajudou o time a vencer e poderia ter virado titular caso não tivesse sofrido lesão muscular no mesmo jogo. Mas o destino apronta das suas e o camisa 19 ganhou mais dois jogos para mostrar que é top dos tops mesmo. Nesta segunda-feira, ele conseguiu.
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Redação iBahia
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