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Copa: tudo o que você precisa saber sobre Bélgica x Inglaterra

Derrotadas nas semifinais, seleções fazem neste sábado a disputa de 3º lugar

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Redação iBahia

13/07/2018 às 23:00 • Atualizada em 29/08/2022 às 19:28 - há XX semanas
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A frustração que geralmente acompanha uma disputa de terceiro lugar precede uma sensação ruim que passamos o mês tentando driblar: a Copa do Mundo tem data para acabar e está perto do fim. Nesta reta final, mais do que depositar confiança em quem acha que deve vencer, o apostador deve jogar com a estratégia. Quem está no pelotão de frente, mas ainda não ocupa as posições de premiação, deve apostar nas zebras, porque dificilmente quem está em vantagem vai abandonar o palpite de segurança nos favoritos a dois jogos do fim da competição. É aquele momento dramático de substituir um volante por um atacante e partir para o tudo ou nada. Ou de colocar mais um zagueiro e fazer o tempo passar com toques laterais. Tudo depende do objetivo.
Contexto
As classificações de Bélgica e Inglaterra para as semifinais da Copa do Mundo não foram surpreendentes. Os Diabos Vermelhos entraram na competição como se estivessem no auge da temporada: não encontraram dificuldades e chegaram confiantes até o jogo contra a França. A melhor campanha o país na história das Copas do Mundo parou diante dos vizinhos, quando a falta de senso de urgência, aquele demonstrado pelo Brasil, mesmo derrotado, nas quartas de final, impediu que a talentosa safra de Courtois, De Bruyne, Hazard e Lukaku chegasse ainda mais longe.
A Inglaterra, como já se tornou frequente, entrou desacreditada na competição, mas ganhou força a cada partida. O questionado esquema tático com três zagueiros mostrou eficiência, o meio-campo conseguiu ser consistente no ataque e seguro na defesa e, no ataque, Harry Kane alcançou a artilharia da competição, com seis gols. Deve boa parte disto às frágeis defesas de Tunísia e Panamá, adversários superados na fase de grupos. O que afastou a Inglaterra da decisão foi o excessivo pego ao restritivo manual de tradições, limitado a bolas alçadas na área e a chuveirinhos.
Embora a disputa pelo terceiro lugar tenha sabor amargo, as duas equipes a digerem de modo diferente. A Bélgica tem a oportunidade de garantir um degrau superior na classificação e medalhas, feitos que seriam inéditos. Campeã de 1966, quando jogou a competição em casa, a Inglaterra lida com grande cobrança interna para repetir o feito, que nunca esteve tão próximo de ser repetido quanto nesta edição disputada na Rússia.
Memória
Muitos torcedores enxergam essa disputa de terceiro lugar como um castigo: as duas seleções se enfrentaram na última rodada do grupo G, à qual chegaram com a vaga garantida. Sem fazerem questão do primeiro lugar, os treinadores mandaram a campo um time misto. Àquela altura, a Inglaterra era tida como favorita nas bolsas de apostas, mas um gol do meia Adnan Januzaj, de ascendência kosovar, garantiu aos Diabos Vermelhos a liderança da chave, repetindo o feito alcançado quatro anos antes, no Brasil.
Paradoxalmente, essa parece ser a primeira vez na competição em que o sistema defensivo de Inglaterra, aprovado nos testes anteriores, contra Panamá, Tunísia, o time misto belga, uma Colômbia sem James Rodríguez e uma burocrática Croácia, efetivamente se deparará com um adversário de alto nível. No entanto, é difícil prever o grau de motivação com que as duas seleções entrarão em campo, e mesmo se os treinadores vão utilizar o que têm de melhor. Certo mesmo é que, para Harry Kane, a partida vale a manutenção da artilharia e o objetivo pessoal de atingir a marca de Ronaldo em 2002. Para isto, faltam dois gols.
Como jogam
As duas seleções resgataram o 3-5-2. Como não chegaram à decisão da Copa do Mundo e como o título costuma apontar tendências, é improvável que o esquema tático volte a viver o auge de sua popularidade neste ciclo até o Mundial do Catar. Embora utilizem o mesmo sistema de jogo, Bélgica e Inglaterra o implementam de modo diferente, com pequenas variações táticas. Os belgas experimentaram com sucesso, contra o Brasil, um 4-4-3 que surtiu efeito.
Inglaterra: Durante a fase preparatória, o esquema tático de três zagueiros recebeu muitas críticas na Inglaterra, por conta da falta de bons defensores. O assunto parece agora pacificado. Com bom desempenho na defesa e efetivo no ataque, o zagueiro Harry Maguire, do Leicester, tem dado importante contribuição no jogo aéreo e não pode mais ser considerado um elemento surpresa.
Bélgica: Iniciou o Mundial no 3-5-2, mas uma variação, no 4-3-3, surtiu efeito contra o Brasil. Na semifinal, o técnico Roberto Martinez tentou repetir a receita contra a França. Como não deu certo, fez mudanças, abrindo mão da força física para privilegiar a velocidade. Uma novidade circunstancial que não deve se repetir, mesmo porque a estatura do time titular é um dos atributos naturais mais favoráveis à seleção.
O que faltou?
A resposta passa muito pela jovialidade do elenco inglês, um dos mais novos do torneio. Após muitas Copas em que constava como uma das favoritas, mas nunca entregava o prometido, a Inglaterra chegou à Rússia como um time ainda em fase de maturação, que teria maiores possibilidades no Qatar. Além da baixa idade, o time ainda está tentando transformar seu jeito de jogar. Com três zagueiros, num híbrido de Guardiola e Pochettino, a equipe buscava jogar mais com a bola no chão, marcação forte e transição rápida. A maioria dos gols, porém, saiu de bola parada. Mas vale dizer que esse trunfo foi potencializado pelo alto volume de jogo, o que resultou em muitos escanteios. Provavelmente faltou experiência ao English Team após abrir o placar contra a Croácia e dominar amplamente o primeiro tempo. Quando tomou o empate, mostrou nervosismo acima do aceitável, e não conseguiu se recompor em campo.
A Bélgica também se divide entre os sentimentos de satisfação com a melhor campanha da história, e a frustração de não ter conquistado o título com a geração que é dita a melhor de sua história. A justificativa mais óbvia para a eliminação é a falta de tradição e peso da camisa. Mesmo após ganhar do Brasil, pode ter faltado aquele poder decisivo na hora de encarar a França. Dificilmente do time de Tite, os Bleus não deram os espaços que a Bélgica tanto queria para o contra ataque. Com isso, atuações individuais, principalmente de Lukaku e De Bruyne, ficaram abaixo da média. Mesmo que seja um coadjuvante, Meunier fez falta na semifinal, pois sua ausência acarretou na mudança tática de muitas peças, incluindo Hazard, a única estrela que se saiu bem no jogo derradeiro. Sem um lateral de ofício no banco, o que pode ser apontado como um dos erros de Roberto Martinez, Chadli precisou ser improvisado na função.

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