Para estimular os reservas a manter o nível de competição na Rússia, Tite e sua comissão técnica têm utilizado um discurso certeiro: o de que os titulares que começam a Copa nem sempre são aqueles que terminam. Mais do que retórica motivacional, trata-se de um fato. Historicamente, a seleção brasileira faz correções durante as campanhas em Mundiais. Na equipe atual, há brechas para mudanças, especialmente depois da estreia decepcionante contra a Suíça. Basta quem está no banco saber aproveitá-las.
Tradicionalmente, as principais alterações ocorrem no meio de campo. Nas campanhas vitoriosas de 1994 e 2002, foram mexidas no setor que azeitaram as equipes rumo aos títulos. Na equipe de Tite, Casemiro, Philippe Coutinho e Neymar possuem lugar cativo. Willian e Paulinho são os mais vulneráveis. O último já foi sacado no jogo passado.
Paulinho, vindo de uma temporada desgastante, há um ano e meio sem férias, não tem mostrado a mesma capacidade de marcar e aparecer bem no ataque. A própria entrada de Philippe Coutinho no meio fez com que o volante tivesse menos liberdade para avançar contra a Suíça. Isso coloca Renato Augusto e Fernandinho na briga — Fred, por causa do tempo machucado, perdeu espaço na disputa. Quatro anos atrás, o volante do Manchester City ganhou a vaga do jogador do Barcelona durante a Copa no Brasil.
— Sabemos que a disputa por posição está sempre aberta. Às vezes você entra no jogo, vai bem e fica na equipe até o fim — afirmou Renato Augusto, depois do empate contra a Suíça: — O mais importante é ajudar a seleção e colocar o nome na história.
Quem também está exposta é a dupla de zaga. Thiago Silva e Miranda gozam de prestígio com o técnico Tite, mas a sombra deles é de peso. Marquinhos entrou nos dois amistosos preparatórios para o Mundial no começo do segundo tempo e pode atuar tanto ao lado de Thiago Silva, seu companheiro de Paris Saint-Germain, quanto ao lado de Miranda, com quem ganhou entrosamento na seleção. Depois do gol suíço em que sete marcadores na área não deram conta de Zuber e seu empurrão em Miranda, é bom o pessoal da cozinha ligar o alerta.
No ataque, Gabriel Jesus vem acumulando números inferiores ao de seu reserva, Roberto Firmino, desde a convocação para a Copa. Mas o retrospecto fala ao seu favor. Desde 1978, quando Reinaldo perdeu a posição para Roberto Dinamite no terceiro jogo, que o centroavante titular da seleção segue na equipe até o fim. Mesmo Fred, atacado por torcida e opinião pública durante a Copa passada, foi titular sempre que Felipão colocou em campo força máxima. Na disputa do terceiro lugar, quem jogou foi Jô.
— Tenho dito sempre, quem ganha com isso é a seleção, ter dois atacantes em um momento positivo — repete Gabriel Jesus: — Eu não me preocupo com essa disputa com o Firmino, meu objetivo é ajudar o grupo.
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Redação iBahia
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