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Ex-presidente diz que Bahia está sendo usado por políticos

Marcelo Filho ainda alega que eleição de Fernando Schmidt foi ilegal. "Ele não era sócio do clube", garante

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14/09/2013 às 6:00 • Atualizada em 02/09/2022 às 1:22 - há XX semanas
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Marcelo Guimarães Filho quebrou o silêncio. Após suspeitas levantadas pela auditoria realizada no Esporte Clube Bahia durante o período de seu segundo mandato, o ex-presidente tricolor resolveu se defender das críticas. Em uma longa de conversa com jornalistas na redação do jornal Correio*, incluindo membros da equipe do iBahia Esportes, o ex-dirigente do clube foi sabatinado durante quase duas horas. Dividimos a entrevista de Marcelo Filho em três partes, na qual ele aborda questionamentos sobre sua administração à frente do clube, entre contratos assinados, supostas irregularidades e vendas de jogadores. Ele também critica a nova diretoria, alegando influência política dentro do clube. Abaixo, confira a segunda parte do bate-papo.
Como você acompanhou a votação do Bahia para presidente? Vários torcedores celebraram a possibilidade de eleger um presidente. Porque não fez isso antes?Com relação à torcida, eu acho que tudo o que a torcida fez, tudo o que a torcida faz é absolutamente normal. Todo torcedor é igual. Ninguém é mais ou menos Bahia. Todo presidente de clube passa por momentos bons e difíceis. Todos são carregados, todos são criticados. Vou responder essa pergunta dizendo o seguinte: assisti a uma entrevista de Kalil, presidente do Atlético-MG. O cara perguntou a ele qual a maior alegria como presidente. Ele respondeu: 'Foi a torcida do Galo gritando, no estádio cheio: Kalil, Kalil, Kalil'. E sua maior decepção? 'Foi a torcida do Galo gritando no estádio: Kalil ladrão, Kalil Ladrão', quando tomou 6 a 1 do Cruzeiro. O que acontece com um presidente de clube acontece com qualquer um porque quando se dirige um clube de massa, você tem que ganhar sempre. Se não ganhou, virão as críticas, virão os torcedores exaltados. Principalmente quando você tem um tempo longo de presidência, quatro, cinco anos, como era o meu caso. Natural. Com relação ao processo eleitoral, eu acho o seguinte: fui muito criticado porque criou-se a ideia de que nós atropelávamos o estatuto, não divulgávamos a lista de sócios, cometíamos ilegalidade, o que não cometíamos. Tudo isso aconteceu nessa eleição. O Schmidt, que está colocado hoje pela Justiça, não era sócio do clube. Foi aprovado um estatuto novo, numa assembleia geral de sócios, e esse estatuto, aprovado durante a intervenção, diz que o sócio precisa ter 12 meses para ser votado no clube. Schmidt não tem 12 meses de sócio. Ele não era sócio. Ele foi lá, pagou 12 meses de uma vez só, R$ 480. O Valton Pessoa não era sócio, foi lá e pagou 12 meses de vez. O interventor aceitou e eles se candidataram. Há ilegalidade maior do que essa? Por que você não registrou o estatuto e o Bahia continuou com o estatuto de 2008, já que bastava um ato simples ir em um cartório? É um ato simples, foi uma falha. Nós registramos a ata da mudança do estatuto. A ata está registrada em cartório. O mais importante para a gente, em nossa opinião, era ter registrado a ata da reunião que mudou o estatuto. Esta ata está registrada em cartório com todas as mudanças que foram feitas. Nós íamos fazer o registro, deveríamos ter feito um registro, só que ficamos de enviar para um revisor. Nesse tempo, realmente caiu no vazio, nós esquecemos. Foi uma falha. Agora, voltando ao processo eleitoral, o estatuto foi rasgado. O estatuto aprovado pela intervenção foi rasgado e quem está lá, está lá ilegalmente. Há ilegalidade maior do que essa? Tem gente no conselho, por exemplo, os irmãos de Valton Pessoa, que estão nesse conselho agora, eles não eram sócios do clube. Deixaram de pagar e não eram. Respeitando o estatuto aprovado pela intervenção, não tinham que estar lá. Eles tinham que cumprir o prazo de um ano para serem candidatos. Eu não vi ninguém falar nada sobre isso. Você pretende entrar com alguma ação por causa disso? Não. A Justiça está tratando do processo. Eu acredito que nós temos razão. Em algum momento, se a decisão favorável acontecer, eu vou obedecer, como obedeci a decisão lá atrás, de me afastar. Aliás, todo esse processo acontece porque um conselheiro não votou na eleição e fez esse questionamento na Justiça. Houve uma decisão desproporcional, na minha opinião, do juiz Paulo Albiani decretando a intervenção no clube. O razoável seria que ele votasse ou que ele fosse reintegrado ao quadro de conselheiros. O curioso há o registro de que o Jorge Maia não participou das reuniões durante os três anos de conselho. E ele fez esse questionamento. Tudo bem, é um direito dele ir na Justiça. Foi desproporcional. Mas o processo vai continuar. Em algum momento, se a decisão sair favorável, tem que obedecer. Mas você foi eleito presidente com um conselho que, segundo a intervenção, mais da metade dos conselheiros não eram nem sócios do clube. Bom, volto a dizer, é segundo a intervenção. Como também estou dizendo, afirmando e mostrando, procurem saber do quadro social. Eu estou dizendo que não era ilegal. Ele está dizendo que era como estou dizendo que agora é. A Justiça é quem vai decidir. Você afirma que todos os conselheiros que te colocaram como presidente do Bahia eram sócios? Afirmo. Todos eles eram sócios. A intervenção disse que eu não era sócio, imagine!? Essa é a questão. Você ficou com pendência de documentos e seu título seria remido comprado de terceiros, então você não poderia votar nem ser votado. O que você tem a dizer sobre isso? Não tem isso em lugar nenhum do estatuto. O que aconteceu? Em determinado momento a intervenção disse que eu não era sócio do clube. Fiz o questionamento de porquê não sou sócio. O que quer que eu apresente? Quer que eu apresente o título comprado e a carteira de sócio. Bom, eu sou sócio do Bahiano de Tênis, eu sou sócio do Yacht Club e não tenho a carteira e não tenho o título que eu comprei há 15 anos. Eu não sei onde é que está. Eu não guardo papel. O clube é que tem que ter em seus registros a minha compra. Eu não tenho o título. O que eu disse foi o seguinte: você quer que eu apresente a carteira e o título, mas eu não tenho, eu perdi. Agora, você é que tem a obrigação de olhar no arquivo e ver que eu comprei o título. Aí ele respondeu que eu estava apto, de repente. Eu não estava apto em um dia, mas no outro dia eu passei a ser apto sem apresentar documentação nenhuma. Eu não apresentei nada. Seu título foi comprado diretamente no clube ou na mão de terceiros? Meu título foi comprado em maio de 1997. Se eu não me engano, na mão de terceiros, porque na época o clube não tinha mais a emissão de títulos remidos. Foi você ou seu pai que comprou? É muito tempo para lembrar dessa informação. Essa era uma prática antiga, as pessoas compravam e davam para os filhos. Meu número é 222. Você acha que é justa a joia para ser sócio do Bahia ser R$ 10? Bom, eu acho o seguinte, não vou responder se a joia é justa ou não é. É o anseio da torcida que seja R$ 10? Então vai ser R$ 10. Se, por acaso, amanhã eu voltar ao clube, não vou mexer nisso. A gente vai regularizar o que foi feito de maneira, na minha visão, ilegal. Se a torcida quer que seja R$ 10, vai ser R$ 10. Agora, o que me causa espécie é Osorinho do Bahia, Sidônio Palmeira, que é o Osorinho (referência ao ex-presidente Osório Villas-Boas) do Bahia hoje, dizer durante todo esse processo que o Bahia teria 50 mil sócios, depois reduzir para 40 mil sócios, que 18 mil estavam aptos, que 18 mil iam votar e, no dia da mudança do estatuto, apenas três mil apareceram lá e, se você tirar os 300 antigos, a conta cai para 2.700, e nem cinco mil terem ido votar para presidente. E essa lista, segundo os candidatos que concorreram com o presidente colocado pela intervenção, não foi liberada. Não sou eu que estou dizendo, foram os candidatos que disseram. Acha que houve uma conspiração para te tirar da presidência? O que aconteceu nesse processo foi claramente um aparelhamento político da situação. Me causa espécie que um secretário de estado tenha saído de suas atribuições de secretário de estado para concorrer à presidente do clube. Que um presidente de uma empresa pública, como é a Ebal, com status de secretário de estado, saia da secretaria para ser diretor administrativo do clube, que um assessor de imprensa da secretaria de indústria e comércio saia de seus afazeres para ser assessor de imprensa do Bahia. Ligação mais clara do que essa com o governo do PT eu não consigo enxergar. A participação de Osorinho em todo esse processo, o tempo inteiro. Teve reunião com os jogadores essa semana. Quem comandou a reunião foi Sidônio Palmeira, marqueteiro do PT. Quem vai ao clube todos os dias é Sidônio Palmeira. Eu pergunto: qual é o cargo de Sidônio Palmeira nessa nova gestão? Ninguém aqui sabe responder. O que eu sei é que ele é marqueteiro do governo do PT. O que ele está fazendo todo dia no Fazendão eu não consigo entender. Eu respeito as pessoas que têm história no clube. Até aquelas que fazem oposição a mim. Todas elas que fazem oposição a mim. Jorge Maia, todos esses outros. Eu respeito porque são pessoas que militam no clube, que são torcedores do Bahia. Divergem de mim, pensam diferente, mas são torcedores. Sidônio Palmeira nunca foi em um estádio, não sabe que a bola é redonda. Não tem uma militância no clube, nada. O que é que ele está fazendo nesse processo, em todos estes 60 dias? Porque é que ele está lá dentro do Bahia todos esses dias? Ele cuida das contas do governo. A sua empresa, a Ativa, é quem capta recursos para a Arena Fonte Nova. É a empresa de Sidônio Palmeira. Essa relação é que precisa ser explicada. Sidônio Palmeira, Ativa, Arena Fonte Nova, Leiaute, contas do governo do estado, participação dele no Bahia esse tempo inteiro. Eu assistia debates durante esse processo que sinceramente me dava pena de ver as pessoas perguntarem a Fernando Schmidt e ver Sidônio responder. Mas aí não entra uma questão que é a tônica do que você disse durante essa conversa toda que talvez seja imoral, mas não é ilegal? Não. Eu disse o seguinte: no caso de minhas irmãs, elas eram contratadas pelo clube, tinham um motivo para estar lá. Sidônio não é nada do clube. Então ele tem que ser vice-presidente e ir para lá, tudo bem, não tem problema nenhum. Mas ele tem que ter um cargo, qual é o cargo? O cargo legitima a presença dele lá, mas não tem. Ele está lá fazendo o que? Ele é marqueteiro do PT, é dono da Leiaute. Foi ele quem reuniu com Anderson Barros, ele que reuniu com os jogadores, ele quem reuniu com os vice-presidentes, ele é quem está lá todos os dias. Aliás, eu acho que vocês até, que são jornalistas e querem ter informações do Bahia, não têm de perguntar ao presidente colocado pela intervenção. Tem de perguntar ao Sidônio. Ele que tem de ser entrevistado. Aliás, tem de resolver o problema do time. Tem que parar de fazer festa porque ganhou a eleição, tem que parar de fazer festa porque assumiu o clube, tem que parar de dar entrevista. Não pode, no primeiro jogo, com o Bahia em uma situação difícil no campeonato e jogando com um adversário direto, o presidente não estar na Fonte Nova, estar em São Paulo dando entrevista. Tem que estar cuidando do time. Quero saber se em dezembro, se o Bahia cair, o que é que vai se dizer. Vai dizer que fui eu? Eu saí do clube, o Bahia estava em quinto lugar no campeonato. Quando o Bahia estava ganhando durante a intervenção, foi a intervenção que botou o time para ganhar. Não venham dizer, quando o time perder, que foi o time que eu montei. Quando estava ganhando eu não prestava. Quando passou a ganhar foi a intervenção. Nesses dois meses eu já teria contratado, existia um planejamento para contratações. O clube ficou parado nesses dois meses. Tem que contratar. Tem que tirar a bunda da cadeira, parar de dar entrevista e cuidar do time. Mas você não acha que não existe esse tipo de planejamento? Por que esse planejamento de contratação repete todo ano e o Bahia continua brigando para não cair. Você ia acabar contratando e o Bahia, pelo andar da carruagem, vai continuar brigando para não cair. O elenco é fraco. Mas são duas coisas que precisam ser colocadas. O que aconteceu no Campeonato Baiano eu digo e repito: basta ver a posição dos dois clubes no Campeonato Brasileiro, basta ver que os dois clubes foram eliminados no mesmo momento na Copa do Brasil. Os dois clubes estão andando lado a lado no Campeonato Brasileiro. Não há diferença. O que há e eu faço minha mea culpa é em determinado momento do Campeonato Baiano eu não consegui enxergar que os problemas internos estavam interferindo no campo. Tomei uma decisão errada como presidente. Como vou acertar e vou errar, como outros vão acertar e vão errar. Isso é uma coisa. Outra coisa é a conjuntura atual do futebol brasileiro em que clubes como o Bahia, Sport, Vitória, Coritiba, Atlético-PR, salvo um momento ou outro, vão ter dificuldades para disputar o campeonato de pontos corridos. Agora, é fato que até eu estar à frente do clube, não estávamos em quinto lugar. É fato que, com dificuldades ou não, eu mantive o clube dois anos no Campeonato Brasileiro da Série A. É fato que eu fui campeão baiano. Agora, é preciso cuidar do clube daqui para frente. Não adianta nada ficar resmungando. Se o meu planejamento estava errado, faça melhor, planeje melhor. Se minhas contratações eram erradas, contrate melhor, mas resolva. A torcida quer que o time ganhe. Eu assisto o jogo com meus filhos torcendo para o Bahia ganhar, sofrendo. Não quero saber quem está à frente do clube. Quero que ele ganhe, é o que a torcida quer. Tem que resolver o problema, parar de fazer festa. Houve uma reunião, entre uma goleada e outra nos Ba-Vis, na casa de Deivson Botelho, com você, Deivson, Sidônio Palmeira... Foi negociada sua renúncia? Não. Todas as conversas que eu tive, essa foi uma das conversas, eu sempre coloquei claramente que não ia renunciar. Não tem motivo para renunciar. Não vou renunciar. Se havia algum movimento extra de Justiça, que dava confiança naquela época a essas pessoas de que ganhariam na Justiça... Eu confio na Justiça, mas se havia, tome suas providências. Agora, que eu vou continuar no mandato, que fui eleito para isso. Não há nenhum motivo para eu sair. Não há pressão que me faça sair dessa forma e vou cumprir o mandato da forma como planejei. Terminar meu mandato em 2014, passar para outra pessoa e cuidar da minha vida. Você acredita que pode voltar? Meu projeto o tempo inteiro, antes do processo de intervenção, era terminar meu segundo mandato. Me candidatei para mais três anos para implementar os projetos que a gente tinha de inaugurar a Cidade Tricolor, jogar na Fonte Nova, ganhar três Campeonatos Baianos, ser campeão da Copa do Brasil e continuar na Série A do Campeonato Brasileiro chegando o mais longe possível. Esses eram meus planos e continuam sendo meus planos. O processo está na Justiça. Eu tenho que acreditar. Eu acho que a Justiça precisa decidir. Em algum momento será decidido quem está certo e quem está errado. Eu acho que estou certo e acredito que a setença sairá a meu favor. Tenho desejo de cumprir meu mandato. Se candidataria no futuro? Não, porque não era meu plano. Como você lida com a rejeição da torcida? Com tranquilidade. Todas as torcidas têm paixão igual, a torcida do Bahia é a melhor do Brasil, mas a paixão é igual. Tem um depoimento de um presidente campeão da Libertadores, que a torcida vivia rejeitando e depois carregou. Eu, há um ano atrás... Quando a intervenção começou, pouco mais de um ano antes eu estava carregado. É natural, futebol é isso. Você ganha, é exaltado. Você perde... Eu não estou deixando de fazer minhas atividades, saio normalmente, nunca fui agredido, nem verbalmente, nem fisicamente. Ontem, é curioso, fui comprar numa delicatessen perto lá de casa, o cara me perguntou como estava o processo na Justiça. Agora, óbvio que eu enxergo que o torcedor... Até porque o processo é muito complicado, a gente sabe das forças que estão contra mim neste processo, mas não tenho medo nenhum de voltar à presidência e terminar bem meu mandato. O que o torcedor quer é o que eu quero, que o Bahia ganhe. Vai ficar todo mundo feliz. A política é benéfica para o clube? Acho que você não pode negar que uma entidade como Bahia, como o Flamengo, Atlético-MG, têm força política. E você precisa da força política para estar se relacionando, mas há uma diferença muito grande de quando eu assumi, estando deputado federal, para o momento atual. Primeiro, eu não usei o Bahia para me eleger. Eu disputei três eleições antes de ser presidente do Bahia, todas as eleições eu venci, todas as três sem usar o Bahia em momento nenhum. Na minha última eleição em momento algum vocês me viram colocar out-door, colocar carro de som, colocar carro de som na porta de Pituaçu, como vários colocaram, nunca coloquei para me aproveitar do torcedor. E outra diferença brutal é que na minha gestão não existiam políticos como agora. Tem ex-secretário... Aliás, qual foi o projeto que Schmidt fez à frente da Secretaria? O que ele realizou? Vocês sabem de alguma coisa? Eu não conheço. Bom, há uma diferença muito grande. Há um ex-secretário presidente, há outro ex-secretário diretor administrativo, há assessor de imprensa que trabalhava no governo... Largaram os cargos no governo para irem para lá. Na minha gestão as pessoas saíram de empresas privadas para trabalhar no clube exclusivamente. Aí sim, digo e afirmo, com toda certeza, e quero ver alguém me contestar, há um aparalhamento político sim do clube. Basta ver o que as pessoas faziam antes. Deixaram os seus cargos para entrar no clube. Você acha que o que você falou da primeira dama influenciou em algo? Não. Até porque eu não falei nada demais. Tudo aquilo que eu falei foi uma reação ao que foi dito anteriormente de mim. Fui atacado por pessoas públicas que militam na política, como eu milito também. Então, esse é o embate político. Se a pessoa fala, tem que saber ouvir. Não falei nenhuma inverdade da senadora Lídice, de Nelson Pelegrino, não falei nenhuma inverdade. Sobre a primeira dama, eu reconheço que o que eu falei pode ter gerado interpretações diversa e afirmo novamente que não disse nenhuma intenção de expressar aquilo que eu quis dizer, que ela é uma pessoa que nasceu na cidade em que eu nasci, eu conheço a família dela, ela conhece a minha família, há muito tempo. Então ela sabe quem eu sou e eu sei quem ela é. Foi isso o que eu falei, mais nada. Não a conheço, não tenho intimidade. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que Justiça na Bahia funciona de maneira diferente. Além disso, Kakay foi mesmo contratado pelo Bahia? Porque? Contratei ele enquanto presidente do clube. O réu da ação é o Esporte Clube Bahia. A ação é Jorge Maia contra o Esporte Clube Bahia. Então, quem tem que se defender na Justiça, quem está se defendendo na Justiça é o Esporte Clube Bahia. Eu não consigo enxergar outra atitude a não ser essa. Foi contratado para defender o Esporte Clube Bahia que é o réu da ação. Eu confio na Justiça, não tenho nenhuma crítica a fazer. Eu acho que as decisões que aconteceram foram equivocadas. É o meu direito de discordar, mas o processo vai correr, não acabou. Essa presidência que está aí é uma presidência sub-júdice até chegar a decisão final. Ao final a Justiça vai dizer quem está certo e quem está errado. Você acha que o poder executivo influenciou no judiciário? Não posso fazer essa afirmação. Eu seria irresponsável. Espero que não, mas não vou fazer essa acusação. Você fala da presença do PT no clube. Você afirma que o partido está usando o Bahia com fins eleitorais? Para mim, claramente. Basta ver as pessoas que estão lá. Repito, as pessoas que estão lá hoje são pessoas que estavam no governo. Então, é claro o aparelhamento do governo no Esporte Clube Bahia. Espero que não façam com o Bahia o que fizeram com o Estado. O Estado está quebrado. Não sou eu quem estou dizendo, é o ex-secretário da Fazenda do Estado. São diversos ex-integrantes e até atuais que dizem que a situação do Estado é extremamente difícil. Espero que não aconteça o mesmo com o Bahia. E eu mostrei aqui para vocês que é uma falácia dizer que o Bahia está quebrado. Não existe isso. Os números estão aqui Vocês podem passar para qualquer especialista de análise esses números. Para cada um real de dívida, a gente tem mais de um real para pagar hoje. Nossa situação econômica melhorou e muito. Não é porque o Bahia deve R$ 60 milhões, ou até R$ 80 milhões se fosse o caso, o que não é, que o Bahia está quebrado, muito pelo contrário. Contrair dívida para crescer é saudável, é o caso do Bahia hoje. Eu é que assumi em uma situação extremamente difícil. O Bahia não tinha receita, não existia previsão de receita, não existia segurança de receita para frente, não existia Nike, não existia contrato de patrocínio, precisava montar o time... Provei uma série de mentiras que foram ditas pelo pessoal da intervenção e pelo atual presidente. Por exemplo, que o Bahia tinha antecipado, que eu tinha antecipado as receitas do clube para os próximos três anos. Vocês receberam por email e está aqui. Eu antecipei R$ 6 milhões até dezembro e a intervenção antecipou mais R$ 2 milhões, e com a Fonte Nova também. E o bônus do contrato de televisão? Não existe antecipação desse recurso. A Globo pagou a todos os 20 clubes do Brasil que disputam o Campeonato Brasileiro da Série A, ao Bahia, ao Vitória, ao Internacional, ao Corinthians, etc, o valor pela assinatura do contrato. Pagou na hora. Isso não é antecipação de receita. Você vai assinar o contrato e receber o valor x. Eu imagino até que a auditoria, porque precisava cumprir uma missão, tenha colocado, tenha chegado a esses R$ 83 milhões somando os R$ 61 milhões do ano passado, mas esses R$ 20 milhões que não entraram nos cofres do clube em 2013, mas que devem ser lançados contabilmente em 2013 porque inicia-se a vigência do contrato (Jorge Copello interrompe e diz: 'não, em 2014. Não, 2015, 2016, 2017, 2018...'). Imagino que ele pode lançar contabilmente isso, o que é um jogo de números. Não é a realidade. Durante o processo de intervenção, você enviou um email à imprensa para explicar a venda de Gabriel. Você tinha acesso a conta do Bahia ou ainda tem? Não tenho mais acesso a conta do Bahia. O fato é que até antes do processo de intervenção eu tinha acesso a conta. Parei de ter quando a intervenção começou. Mas o extrato foi tirado durante a intervenção... Bom, prefiro não falar sobre isso. O fato é que vocês tiveram acesso ao email provando que o recurso entrou na conta do clube. Leia mais Clique aqui e leia a primeira parte da entrevista Clique aqui e leia a terceira parte da entrevista

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