A judoca brasileira Rafaela Silva, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio, participou de uma entrevista coletiva da secretária de promoção de políticas sociais, Luislinda Valois, sobre igualdade racial no esporte e combate ao racismo na tarde desta quarta-feira. Campeã olímpica, Rafaela sofreu ataques racistas nos Jogos de 2012, em Londres, após ser eliminada na segunda luta, e lembra que pensou em desistir da carreira no judô.
Negra, mulher, homossexual e moradora de uma favela Rafaela não deixou que os ataques racistas acabassem com sua determinação. Ela lembra que pensou em abandonar a carreira, mas logo em sua frase de abertura deixa claro: “Estou aqui para lembrar que a macaca que deveria estar na jaula em 2012, hoje é medalha de ouro”.
“A pessoa que foi xingada em Londres, se tivesse desistido, não traria uma medalha de ouro nesta segunda-feira”, disse Rafaela. Questionada se sofreu algum tipo de preconceito no judô por ser mulher, Rafaela diz que não. Às mulheres, a medalha de ouro manda um recado: “Vamos aproveitar, ficamos muito tempo esquecidas”.
“Não é sempre que temos uma oportunidade de mostrar o nosso trabalho. Geralmente quando sai uma matéria é para dizer que um preto assaltou alguém, e agora não é um preto que está assaltando e sim dando alegria para o nosso povo”, critica Rafaela.
Goleiro da Ponte Preta, Aranha também participou da conversa. Em 2014, quando jogava pelo Santos, em uma partida das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Grêmio, ele foi chamado de “macaco” pela torcida adversária em Porto Alegre. Segundo Aranha, não há racismo no esporte ou racismo institucional: “Racismo é racismo”.
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Redação iBahia
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