Às vésperas da abertura dos Jogos Olímpicos, o jornal britânico "The Guardian" afirma que o Braisl já perdeu uma medalha de ouro: a da luta pelos direitos humanos. Para representantes de entidades ouvidas pelo periódico, um compromisso mais explícito com a redução de problemas como desigualdade social e violência urbana deveria estar presenta nos futuros contratos de cidades-sede do megaevento, após o que eles avaliam como uma "grande oportunidade perdida" em 2016. O "Guardian" destaca o índice de violência na cidade como indício de que poucos avanços foram feitos desde 2009, quando o Rio foi escolhido como sede das Olimpíadas. Desde aquele ano, lembra o jornal, mais de 2.600 policiais foram mortos na cidade. Dados mais recentes da Anistia Internacional indicam aumento de 103% nos assassinatos em favelas. Na avaliação dos grupos que integram a Sports and Rights Alliance, como a Anistia Internacional e o Human Rights Watch, receber os Jogos não deve ser considerado uma panaceia para todos os problemas de uma cidade. Mas, pelo menos, não deveria aumentar os já existentes. — Quando você tem eventos de grande porte, eles mobilizam a sociedade que está feliz e animada por recebê-lo. Você mobiliza recursos, o governo tem que investir muito. Deveríamos canalisar esta energia e todos esses recursos não só para garantir que as instalações e as ruas estejam prontas, mas também para ver como eles poderiam ser usados para fazer progressos em termos de direitos humanos e igualdade, espeicalmente em um país como o Brasil, que tem divisões tão profundas — diz Átila Pereira Roque, diretor-geral da Anistia Internacional Brasil. Para Andrea Florence, advogada da organizaçao de direitos das crianças Terre des Hommes, o Rio falhou na promessa de deixar um legado social para a icdade. Ela destaca o alto número de remoções de famílias como um reflexo negativo da realização das Olimpíadas na cidade. — Só no Rio, mais de 22 mil pessoas foram removidas desde 2009, segundo estatísticas oficiais. Foi a maior onda de remoções que o Rio já viu. Nossa mensagem é clara: os Jogos Olimpícos nunca deveriam prejudicar famílias ou crianças — avaliou a ativista. A reportagem lembra o impasse sobre o destino da Vila Autódromo, na Zona Oeste da cidade, vizinha ao Parque Olímpico da Barra. Na terça-feira, a última casa que poderia ser vista de dentro do parque foi demolida. A residênica era de uma das 20 famílias que entrou em acordo com a Prefeitura para permanecer no local, recebendo casas na região centro da comunidade. Outras centenas foram realocadas e indenizadas por isso, nos últimos três anos.
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Redação iBahia
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