O Paysandu é o primeiro clube do país a ser indiciado por homofobia. Nesta sexta-feira (14), o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) confirmou oficialmente a denúncia contra o clube paraense por desordem e discriminação homofóbica. O episódio ocorreu no dia 30 de junho, quando o clube enfrentou o Luverdense, no Estádio da Curuzu, em Belém, pela Série B do Brasileiro. O duelo terminou empatado em 1x1. O julgamento está marcado para a próxima quarta-feira (19), a partir das 15h.
Ao final do jogo entre Paysandu e Luverdense, um grupo de torcedores foi em direção aos membros da Banda Alma Celeste para tirar satisfações e questionar uma atitude da torcida, que estendeu uma bandeira com as cores do arco-íris no dia do Combate à Homofobia no embate contra o Santos, no Mangueirão, pela Copa do Brasil, em maio. O Paysandu chegou a apoiar a manifestação em seu Twitter, mas o ato incomodou alguns torcedores e a polícia precisou interferir e conter os envolvidos.
A denúncia foi feita pela própria Procuradoria do STJD, que viu as imagens do jogo e identificou que houve confusão e agressões na arquibancada. Como não relatou nada em súmula, o árbitro da partida, o gaúcho Jean Pierre Gonçalves Lima, foi denunciado no artigo 266 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e pode ser suspenso por 30 a 360 dias, além de ter que pagar multa que varia de R$ 100 a R$ 1 mil.
Já o Paysandu foi denunciado no artigo 213, inciso I, parágrafo 1º do CBJD, acusado de não garantir a prevenção ou repressão das desordens. Segundo a Procuradoria, "restou evidente que o tumulto, a desordem, a briga generalizada trouxerem riscos à integridade física de torcedores em geral, inclusive verdadeiros torcedores e que nada tem a ver com as práticas delituosas constatadas". Caso seja condenado, o clube pode pagar multa entre R$ 100 e R$ 100 mil, além de sofrer perda de até 10 mandos de campo.
A denúncia destaca ainda que a homofobia partiu de alguns torcedores, após a Banda Alma Celeste (BAC) se manifestar contra a discriminação no estádio, com o uso de bandeiras com as cores do arco-íris, símbolo da causa. Por causa disso, o Paysandu responderá também ao artigo 243-G do CBJD, por “Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A pena é de R$ 100 a R$ 100 mil.
O Papão ainda corre o risco de perder pontos na disputa da Série B, já que o parágrafo cita que "caso a infração prevista neste artigo seja praticada simultaneamente por considerável número de pessoas vinculadas a uma mesma entidade de prática desportiva, esta também será punida com a perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente (...)".
Banda Alma Celeste se pronuncia
Em seu perfil no Facebook, a banda Alma Celeste emitiu uma nota para comentar o caso.
Leia também:
Veja também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!