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Subir e cair: campeonato por pontos corridos instalou sina no Brasil

Estatística liga o sinal de alerta para os clubes que conseguiram o acesso à Série A recentemente. Planejamento bem feito é um dos requisitos para ficar fora desse dado

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18/12/2010 às 14:30 • Atualizada em 28/08/2022 às 3:21 - há XX semanas
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Imagem: Arte iBahiaFCSubir de divisão e cair no ano seguinte tem sido algo corriqueiro no futebol nacional nos últimos anos. Isso acontece desde a mudança do Campeonato Brasileiro para o formato de pontos corridos, em 2003. A primeira "vítima" foi o Fortaleza, que conseguiu o acesso à Série A em 2002 e acabou rebaixado em 2003, junto com o Bahia. De lá para cá, só os times que subiram no ano de 2003 não entram nessa estatística. Depois, sempre um dos agraciados com o acesso voltou a divisão inferior em um ano. Ou seja, Bahia, Coritiba, Figueira e América-MG precisam se cuidar.

"Muitos times sobem e mantém a mesma estrutura. Só que existe uma grande diferença da Série A para Série B e os times que não mudam pagam por isso", opina Jorge Allan, comentarista da TV Bahia e do canal fechado SporTV.

A última equipe a passar por essa situação foi o Guarani, que subiu em 2009 e foi rebaixado em 2010. "É uma disputa desleal com os times que se mantém muitos anos na Série A", lamenta Waguinho Dias, coordenador de futebol do Bugre. "A principal dificuldade é a estrutura que você tem que ter. Você precisa ter uma equipe base, um material humano de qualidade para se manter na elite".

Foto: Divulgação/Guarani Futebol ClubeDias ainda revela que o acesso de 2009 não estava nos planos do clube. "O time do Guarani que subiu em 2009 foi montado apenas para se manter na Série B, mas o trabalho deu mais do que certo e o time conseguiu o acesso". Um agravante para o time de Campinas é o fato de, atualmente, estar disputando a segunda divisão do Paulistão, o que complica na hora de montar o elenco. "O Guarani não tem condições financeiras de contratar jogadores de nível de Série A para jogar a Série A2 do Paulista. A gente teve um espaço de tempo muito curto para refazer a equipe após o estadual", justifica.

Dinheiro não é tudo, diz dirigente

Para Paulo Angioni, diretor de futebol do Bahia, principal responsável pelas contratações e reformulação do elenco, a fórmula do sucesso está na competência. "Temos o mesmo desafio das outras equipes de ter um resultado positivo no final. Não é só dinheiro que importa. Nem sempre dá certo contratar jogadores caros. O mais importante é a coerência. Fazer boas escolhas. A escolha não é exata, tem que dar sorte", argumenta.

O dirigente tricolor acha que o mais importante é pagar os atletas em dia para as coisas funcionarem bem. "Muitos clubes, hoje em dia, gastam mais do que podem. É preciso cumprir as promessas. Se isso não acontece, a instituição fica manchada", completa.

Paulo Angioni, diretor de futebol do Bahia - Foto: Evandro Veiga/Arquivo Correio"O orçamento é outro. O Bahia mesmo tem muitos débitos feitos em 2010 para pagar e não pode investir alto para 2011", explica Jorge Allan, que vê o América-MG, entre os que subiram, como principal candidato ao rebaixamento na próxima temporada. "Coritiba e Figueirense têm estrutura. O Bahia tem torcida".

Depois de passar pela experiência negativa de subir em um ano e cair no seguinte, o coordenador de futebol do Guarani dá alguns conselhos. "Manter uma base e contratar jogadores de nível de Série A. Não montar apenas um time, mas um elenco para aguentar a maratona dos 38 jogos".

O presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho, já deixou claro que a meta do clube para 2011 é permanecer na Série A. Até agora, sete contratações foram anunciadas para próxima temporada. Souza, Magno, Bruno Paulo, Tiago, Rafael Jataí, Boquita e Dodô se juntam aos remanescentes Ávine, Nen, entre outros. O clube continua em busca de reforços e renovações.

Veja abaixo em negrito os clubes que subiram em um ano e caíram no seguinte

Acesso para torneio de pontos corridos

2002 Criciúma e Fortaleza
2003 Palmeiras e Botafogo
2004 Brasiliense e Fortaleza
2005 Grêmio e Santa Cruz
2006 Atlético-MG, Sport, Náutico e América-RN
2007 Coritiba, Ipatinga, Portuguesa e Vitória
2008 Corinthians, Santo André, Avaí e Grêmio Barueri
2009 Vasco, Guarani, Ceará e Atlético-GO
2010 Coritiba, Figueirense, Bahia e América-MG

Rebaixados na era dos pontos corridos

2003 Bahia e Fortaleza
2004 Grêmio, Vitória, Guarani e Criciúma
2005 Brasiliense, Paysandu, Atlético-MG e Coritiba
2006 Santa Cruz, São Caetano, Fortaleza e Ponte Preta
2007 América-RN, Corinthians, Juventude e Paraná
2008 Ipatinga, Portuguesa, Vasco e Figueirense
2009 Sport, Náutico, Santo André e Coritiba
2010 Grêmio Prudente (ex-Barueri), Goiás, Guarani e Vitória

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