Não é novidade que, no Brasil, os técnicos são demitidos de maneira precoce. Dos 20 times da série A, por exemplo, cinco deles já trocaram de comando em 2020, o que corresponde a 25% do total. Uma demissão, no entanto, chamou atenção no último domingo (1º), quando o Olímpia-SP demitiu o técnico Alexandre Ferreira durante o intervalo de um jogo.
A equipe, que disputa a série A3 do Campeonato Paulista, demitiu o treinador que disputou oito partidas e estava no comando técnico há pouco mais de um mês. No domingo, o Olímpia, que está em 12º lugar no estadual, foi para o intervalo perdendo de dois a zero para o Primavera, pela oitava rodada. Alexandre foi então informado da demissão no vestiário. No segundo tempo, o Olímpia voltou comandado pelo auxiliar Paulinho Fonseca e conseguiu o empate.
O time justificou a saída do treinador pela "sequência de resultados negativos". Foram duas vitórias, três empates e duas derrotas, sem contar o primeiro tempo contra o Primavera. No entanto, o técnico disse que saiu do time por interferência do diretor de futebol, que orientou duas substituições, mas Alexandre só faria uma delas.
"Fui para o intervalo com a ideia de botar o Linik. Também tentei mexer no time através do brio cobrando mais pegada e determinação, porque a meu ver o problema do time para tomar dois gols não era tático, e sim os erros individuais. Aí recebi a informação do auxiliar da casa (Paulinho Fonseca) que o presidente (na verdade o diretor de futebol, Niquinha) tinha solicitado outra mudança além da que eu faria. Eu falei que não era momento, que uma só seria interessante para reverter o jogo", disse o treinador ao UOL.
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Alexandre ainda relatou a ameaça do dirigente. "Passei esta informação e ele (Paulinho) passou ao presidente (diretor). Então ele (Niquinha) entrou no vestiário dizendo que era para eu fazer a outra troca, sim, senão eu seria demitido. Eu não achei correto, não concordei. Ele falou que ele que mandava, se dirigiu aos jogadores dizendo o que seria feito e foi dessa forma. Aí eu entendi que estava demitido. Difícil na história ter acontecido situações como essa, não estamos acostumados. Mas ele manda, existe um processo de hierarquia. Eu não aceitei fazer e ele como presidente (diretor) tomou sua decisão", explicou.
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Redação iBahia
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