Arqueólogos que trabalham no sítio arqueológico de Palenque, no México, encontraram um túnel subterrâneo construído sob o Templo das Inscrições, que guarda a tumba de Pacal, um antigo imperador da civilização Maia.
Segundo o arqueólogo Arnoldo Gonzalez, os pesquisadores acreditam que a tumba e a pirâmide na qual se encontra foram construidas propositalmente sobre uma fonte entre 683 e 706 d.C.. Os túneis levavam água do subsolo da câmara funerária à esplanada no exterior, dando a Pacal "um caminho para o mundo subterrâneo".
Muita atenção foi dispensada aos desenhos talhados no sarcófago do imperador. Acreditou-se, erroneamente, que as figuras mostram Pacal sentado numa espaçonave. Mas Gonzalez disse nesta segunda-feira que inscrições num par de tampões de ouvido feitos de pedra dizem que um deus "vai guiar os mortos rumo ao mundo subterrâneo, submergindo (os mortos) na água para que eles sejam recebidos lá".
O túnel, que se conecta com um outro, é feito de pedra e tem cerca de 60 centímetros de altura e largura. Segundo o diretor de arqueologia do Instituto Nacional de Antropologia e História, Pedro Sanchez Nava, a teoria faz sentido. Um outro túnel subterrâneo já havia sido encontrado em Teotihuacan, perto da Cidade do México, onde viviam outros povos pré-colombianos.
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- Em ambos os casos havia água corrente - explica Sanchez Nava. - Existe esse sentido alegórico para a água... Onde o ciclo da vida começa e termina.
A escavação em Pelenque começou em 2012, quando pesquisadores ficaram preocupados com as anomalias subterrâneas detectadas, por meio de um radar, na área em frente aos degraus da pirâmide. Com medo de ver se abrir um buraco no solo que poderia levar o templo a um colapso, eles escavaram o local e descobriram três camadas de pedras colocadas sobre o túnel.
Arnoldo Gonzalez disse que o mesmo tipo de estrutura em três camadas de pedras foi encontrado no chão da tumba de Pacal, dentro da pirâmide. Ele explicou que, aparentemente, não há um fosso ou conexão entre a tumba e o túnel, mas acrescenta que a descoberta ainda não foi totalmente explorada porque é muito pequena mesmo para um pesquisador se arrastando. Parte do que se sabe até agora foi visualizado graças a um robô enviado para explorar o subsolo.
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Redação iBahia
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