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Derretimento na Sibéria pode trazer varíola de volta

Cientistas investigando casos de antrax encontraram DNA do vírus em corpos congelados na planície

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Redação iBahia

17/08/2016 às 12:19 • Atualizada em 27/08/2022 às 2:38 - há XX semanas
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A varíola era uma doença mortal e contagiosa, fatal em 30% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Em outros, deixava cicatrizes para toda vida. É a única doença erradicada pela Humanidade, após uma intensa campanha internacional de vacinação. Entretanto, cientistas russos acham que as mudanças climáticas podem trazer o vírus de volta. A planície da Sibéria é coberta de gelo a maior parte do ano, com trechos que nunca são descobertos. Foi nesse solo que vítimas de uma epidemia há 130 anos foram enterradas, e, segundo cientistas, esse solo agora está derretendo. O princípio de contaminação por degelo de corpos contaminados não é inédito: a Rússia está combatendo um surto de antrax na região que surgiu exatamente após corpos de cervos e humanos mortos pela bactéria serem descobertos pelo gelo, suspeita o governo. Pelo menos 24 pessoas estão internadas em um hospital em Salekhard, na costa norte da Rússia. "Em 1890, houve uma epidemia de varíola muito grande na área. Uma cidade aqui perdeu mais de 40% da população. Naturalmente, eles enterraram os corpos na camada superior do gelo, o pergelissolo (mistura de terra, gelo e rochas permanentemente congelados juntos), às margens do rio Kolyma. Mas agora, um século depois, o calor e as águas estão derretendo as margens", disse Boris Kershengolts, da Academia de Ciências russa ao jornal Siberian Times. O que gerou as buscas foi o surto de antraz: como amostras da bactéria foram encontradas na região, especialistas do Centro de Virologia e Biotecnologia de Novosibirsk estão procurando outras doenças que teriam "se soltado" do gelo do mesmo jeito. E encontraram corpos com cicatrizes de varíola e fragmentos do DNA do vírus, embora nenhum com amostras intactas. "O solo lá tem mais gelo que rocha e terra, quando derrete sobe. Algumas covas de gado doente, por exemplo, tem apenas três metros de profundidade, com muito pouco solo em cima", diz o diretor Mikhail Grigoriev, do Centro de Estudos de Yakutia, afirmando que "a bactéria do antrax, por exemplo, já está solta".

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