
Sem uma explicação aparente para a condição, a equipe médica buscou detalhes. Segundo o relato da jovem, os sangramentos poderiam acontecer durante atividades físicas, mas também quando estava dormindo. Os episódios duravam entre um e cinco minutos, e eram mais intensos durante períodos de estresse emocional.
Por causa dos sangramentos inexplicáveis, a paciente se tornou cada vez mais isolada por causa da vergonha, e demonstrou sintomas consistentes com depressão e síndrome do pânico. Inicialmente, os médicos suspeitaram de um transtorno factício, quando os próprios pacientes provocam danos a si mesmos para chamar atenção, mas a hipótese foi descartada.
A jovem foi tratada para a depressão e desordens de ansiedade, mas os sangramentos continuaram. Uma análise na secreção detectou a presença de hemácias, direcionando o diagnóstico para a hematidrose, uma rara condição que faz a pessoa “suar sangue”.
Na literatura, não existe uma explicação definitiva para a origem do sangramento. Uma hipótese é que ele seria causado pelo rompimento de finas veias que passam por glândulas sudoríparas, mas existem relatos de sangramentos em regiões do corpo que não possuem essas glândulas. A jovem italiana foi tratada com propranolol, droga para o controle da hipertensão, amenizando o sintoma, mas não curando totalmente.
Num comentário que acompanhou a descrição do caso, Jacalyn Duffin, historiador da medicina e hematologista na Universidade Queen, em Kingston, Ontário, relatou ter sido cético em relação à existência da hematidrose, mas após uma revisão na literatura encontrou 28 casos nos últimos 13 anos, o que reverteu sua posição.
As descrições sobre “suar sangue” aparecem em escritos de Aristóteles, no terceiro século a.C., e no período medieval algumas referências à condição foram feitas relacionando a crucificação de Cristo com a condição. Desde 1880 Duffin encontrou 42 casos relatados na literatura médica, sendo 18 nos últimos cinco anos.
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Redação iBahia
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