Uma jovem mexicana de 24 anos morreu neste fim de semana em decorrência de complicações após consumir remédios para emagrecer sem acompanhamento médico. Lucero Priscila Garza Campos ficou internada em tratamento intensivo por seis dias depois que entrou em coma.
Mãe de uma menina de um ano, Lucero iniciou a automedicação para perder os quilos que adquiriu durante a gravidez, segundo relatos de familiares e amigos à mídia local. O tratamento durou um mês.
A jovem deu entrada em um hospital, na cidade de Monterrei, na última semana, com dificuldades para respirar e com uma dor de cabeça muito forte, conforme reportou o jornal mexicano "El Universal". Internada para exames e observação, os médicos detectaram uma inflamação no cérebro dela causada pelo "Avitia Cobrax", produto que costuma ser comercializado em redes sociais como um tratamento a base de ingredientes naturais. Lucero, então, entrou em coma e veio a óbito após seis dias, quando os médicos desligaram os aparelhos respiratórios.
De acordo com a Comissão Federal para a Proteção contra Riscos Sanitários do México (Cofepris), remédios vendidos online são um risco para a saúde. "Compre-os em estabelecimentos legais. Não se coloque em risco", recomendou o órgão por meio de um comunicado no Twitter um dia após a morte da jovem.
"Não existe garantia de que (medicamentos comprados na internet e na rua) sejam originais, desconhecendo sua procedência, podem ser roubados ou irregulares e seu consumo agrava o adoecimento, colocando em perigo o paciente", informou a Cofepris um dia depois do óbito de Lucero.
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O "Avitia Cobrax", que custa entre 1.000 e 1.500 pesos (aproximadamente R$ 181 e R$ 272), é um dos remédios para emagrecer proibidos no México.
Há duas semanas, um projeto de lei que libera a produção e venda de medicamentos para emagrecer, que contenham as substâncias sibutramina, anfepramona, femproporex e mazindol, foi aprovado pela Câmara dos Deputados. (O "Avitia Cobrax" não faz parte desta selação).
Esses anorexígenos chegaram a ter sua comercialização proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2011 sob a suspeita de que podem causar problemas cardíacos nos pacientes, mas um decreto legislativo de 2014 suspendeu a proibição.
O projeto de lei, que agora segue para sanção pelo presidente Michel Temer, já tinha sido aprovado na Câmara anteriormente, mas como foi modificado no Senado precisou ser votado novamente pelos deputados. De autoria do deputado Felipe Bornier (Pros-RJ), o projeto agora prevê que os medicamentos para emagrecimento devem ter tarja preta, isto é, só podem ser comercializados mediante retenção de receita de cor azul (B2). Segundo Bornier, “o projeto dará mais esperanças a milhões de brasileiros obesos”.
— Estes medicamentos, quando bem empregados, ajudam sim no controle da obesidade — afirma Flávia Conceição, presidente da regional Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-RJ). — O que precisamos saber é que tipo de paciente vai usar esta medicação.
Segundo Flávia, o uso destes remédios deve ser restrito a pacientes que tenham índice de massa corporal (IMC, obtido com a divisão do peso em quilos pelo quadrado da altura em metros) acima de 30, ou com IMC de pelo menos 27,5, mas que já sofram com complicações devido ao excesso de peso.
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Redação iBahia
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