Desde que seu pedido de prisão domiciliar foi aceito, Ronaldinho Gaúcho passa seus dias em um hotel de luxo ao lado apenas do irmão, Assis, e dos funcionários do local. Encarcerado no Paraguai há quase dois meses, o ex-jogador falou pela primeira vez à imprensa.
— Foi um duro golpe, nunca imaginei que passaria por uma situação dessas. Durante toda a minha vida, procurei alcançar o mais alto nível profissional e alegrar as pessoas com o meu futebol — disse ele à TV paraguaia ABC.
Ronaldinho e o irmão são investigados pela justiça paraguaia por entrarem no país utilizando documentos falsos. O brasileiro falou sobre os motivos que o levaram ao Paraguai: — Tudo o que fazemos é feito sob contratos gerenciados por meu irmão, que é meu representante. Nesse caso, participamos do lançamento de um cassino online, conforme especificado no contrato, e do lançamento do livro "Craque da Vida", organizado com a empresa no Brasil que tem o direito de explorar o livro no Paraguai.
Por causa da pandemia do novo coronavírus, Ronaldinho e Assis são os únicos hospedes do hotel em Assunção. Do saguão, o ex-astro afirmou que ficou totalmente surpreso" quando descobriu que os documentos com os quais haviam entrado no Paraguai não eram legais:
— Desde então, nossa intenção tem sido colaborar com a justiça para esclarecer o fato, como temos feito desde o início. Desde esse momento até hoje, explicamos tudo e fornecemos o que a justiça solicitou de nós — acrescentou.
O ex-jogador de 40 anos deu entrevista de máscara e mantendo o distanciamento dos jornalistas, como recomendam as autoridades de saúde, mas tirava a proteção da boca sempre que respondia uma pergunta.
Antes de se mudarem para o hotel, os irmãos passaram um mês na penitenciária Agrupación Especializada, na capital paraguaia. Ronaldinho falou sobre esse período e sua convivência com os outros presos.
— Todas as pessoas com quem eu tive a oportunidade de compartilhar na Agrupación me receberam com bondade: jogando futebol, autógrafos, fotos, faz parte da minha vida e não tenho motivos para parar de fazê-lo , ainda mais com pessoas que estão passando por um momento difícil, como eu.
O ex-astro da seleção brasileira e de clubes europeus agradeceu o "carinho e respeito" que recebeu do povo paraguaio. Ele revelou, ainda, a primeira coisa que ele quer fazer se for solto:
— Beijar minha mãe, que vive esses dias difíceis desde o início da pandemia de Covid-19, em casa. Depois quero absorver o impacto que isso gerou, e seguir e frente com força e fé — disse.
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Redação iBahia
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