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#EuSofriAssédio: entenda por que não é mimimi

De olho nas transformações sociais, o iBahia fez um especial sobre a cultura do assédio e suas principais consequências para homens e mulheres

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Redação iBahia

16/01/2018 às 0:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 22:38 - há XX semanas
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O iBahia decidiu falar sobre assédio sexual por entender as demandas sociais, cada vez mais evidentes, para debater assuntos delicados e necessários como esse. O especial "EuSofriAssédio" é uma oportunidade de desconstruir padrões, alertar homens e mulheres sobre o alcance da violência e também evitar consequências irreversíveis, como as mortes por feminicídio. Ouvimos os depoimentos de seis mulheres, com idades, profissões e estilos de vida distintos e que se aproximam- também- por terem sido vítimas da violência. Quatro entre cada dez mulheres brasileiras revelaram já ter sofrido assédio, segundo o Datafolha.

Foto:Reprodução/iBahia

O mesmo levantamento, feito em novembro de 2017, revelou que 42% das mulheres no Brasil já foram vítimas de assédio. Um terço dessas mulheres (29%) afirmou ter sofrido o abuso na rua, um quinto (22%) no transporte público, 15% citou a escola ou faculdade e 6%, vítima da violência em casa. Ao total, foram entrevistadas 1.427 mulheres. Outro dado divulgado pelo estudo é que a violência é mais comum entre mulheres de 16 a 35 anos.

Como saber?
Mas o que é assédio? Qual o limite entre o elogio e a violência? O elogio é quando há entre ambas as partes uma relação consensual, ainda que implícita, que permita o comentário. O assédio se configura quando não existe a relação acima descrita, ou seja, se trata de uma iniciativa sem o consentimento da outra parte e que, na maioria das vezes, cria um clima de desconforto, constrangimento ou até coação, a depender da relação entre as duas partes.

Em 2016, uma pesquisa divulgada pela ActionAid, organização internacional de combate à pobreza, revelou que 86% das mulheres brasileiras ouvidas sofreram assédio em público em suas cidades. O assobio é o mais comum (77%), seguido por olhares insistentes (74%), comentários de cunho sexual (57%) e xingamentos (39%). Metade das mulheres entrevistadas no Brasil disse que já foi seguida nas ruas, 44% tiveram seus corpos tocados, 37% disseram que homens se exibiram para elas e 8% foram estupradas em espaços públicos.

Para a fundadora da ONG feminista 'Think Olga', a cultura do assédio é sistêmica por uma condição de gênero.'O assédio acontece conosco de forma sistemática porque somos mulheres. A coragem é viral: quando uma mulher tem coragem de falar, isso dá suporte para que outras também falem. E muitas histórias têm muita força', disse em entrevista ao O Globo. Por isso, falar sobre cultura do assédio é trazer o olhar um pouco acima: é pensar a respeito de uma cultura machista materializada em nossas rotinas e escolhas. O convite do "EuSofriAssédio" é uma reflexão para além das manchetes de jornais, mas das nossas atitudes mais simples e diárias.

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