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Defensoria Pública pede suspensão de projeto urbanístico da Lagoa do Abaeté

Em ação ajuizada, órgão também pede tombamento da área

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Redação iBahia

13/09/2022 às 21:33 • Atualizada em 14/09/2022 às 10:38 - há XX semanas
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					Defensoria Pública pede suspensão de projeto urbanístico da Lagoa do Abaeté
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou em Salvador, na tarde desta terça-feira (13), uma Ação Civil Pública contra o município e o Instituto do Patrimônio Histórico. O órgão pede que a Justiça Federal determine agilidade e conclusão dos processos administrativos de tombamento da Lagoa do Abaeté e a suspensão do projeto de urbanização do local.

A ação foi motivada pelos relatos de grupos da sociedade civil, que procuraram a DPU em fevereiro deste ano, sobre a prefeitura ter divulgado um projeto de urbanização para a área. Na ocasião, foi informado a então tramitação, na Câmara de Vereadores de Salvador, do Projeto de Lei nº 411/2021, que previa a mudança do nome Dunas da Lagoa do Abaeté para “Monte Santo Deus Proverá”.

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Após diversas manifestações e repercussão negativa, em especial de entidades ligadas às religiões de matriz africana, a proposta de alteração foi retirada de pauta na casa legislativa.

“Trata-se de medida de suma importância, a fim de evitar que o município implemente o projeto de urbanização, alterando o patrimônio, sem considerar as repercussões culturais”, afirmou o defensor regional de Direitos Humanos na Bahia, Vladimir Correia, que solicita ainda que o Iphan se pronuncie, em até 10 dias úteis, sobre a viabilidade de decretação do tombamento provisório da região.

O defensor informa que existem dois processos de tombamento em curso no Iphan referentes às áreas da Lagoa do Abaeté e do Parque das Dunas, regiões conhecidas como locais sagrados de culto das religiões afrodescendentes e protegidas ambientalmente pela legislação brasileira.

Antes de levar o caso à Justiça, a DPU enviou ofícios ao Iphan em busca de informações sobre a situação. Segundo Correia, em um dos processos, uma arquiteta do Instituto demonstrou ser favorável ao tombamento, mas, em nota técnica, revelou a insuficiência dos documentos apresentados pela Câmara de Vereadores. Mesmo após solicitação, a Câmara ainda não teria atendido o pedido de complementação das informações.

Sobre o outro processo, o Iphan informou que houve recente reabertura, tendo sido iniciada a fase de planejamento da instrução e o levantamento de dados sobre o bem cultural. Considerando que se trata de uma Área de Proteção Ambiental (APA), o Iphan também informou ter encaminhado ofício ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) com a intenção de receber os estudos realizados sobre a delimitação da unidade de conservação. Mas, segundo o Instituto, o órgão estadual ainda não teria enviado os documentos que podem auxiliar na instrução do processo.

A DPU também procurou a prefeitura para obter informações sobre o projeto de urbanização - a indicação das intervenções propostas, os possíveis impactos sociais e ambientais, assim como o prazo para o início da execução. Em resposta, a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra) afirmou apenas que o projeto é oriundo de uma provocação popular e atende às legislações ambientais e administrativas.

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